Imagem: MF Rural
A produção leiteira é uma atividade rentável, mas complexa. Muitos fatores devem ser analisados e um deles é a adaptação das raças bovinas aos sistemas de produção de cada propriedade. Acertar na raça, é condição importante para o sucesso!
Mas qual a melhor raça? Essa é uma pergunta comum e também muito complexa.
De alto potencial genético, produz muito leite. Porém, é uma raça bem exigente quanto às condições de clima, condições nutricionais e bem-estar.
Não tem tanto potencial genético de produção de leite, nem tanta persistência de lactação quanto à raça Holandesa. Porém, traz alta rusticidade, com maior tolerância ao calor, se adaptando mais facilmente aos sistemas. E produz bezerros e bezerras com valor agregado à propriedade.
Produz um bom volume de leite, com alto teor de sólidos (gordura e proteína), agregando valor no litro de leite junto aos laticínios que bonificam por isso.
Guzerá, Simental e Parda Suíça. Além de produzir leite, vão produzir um rebanho de corte, ideal para propriedades com grandes áreas para manter as duas atividades, agregando receitas.
Girolando, Jersolando e Guzolando.
São a busca por melhoria genética, unindo as melhores características de cada raça.
Não há propriedade limitante para criar nenhuma raça. O que é necessário é conseguir oferecer as condições adequadas a cada rebanho. A produtividade dos animais depende não só da genética, mas também das condições do ambiente, que envolvem a saúde, o bem-estar e a nutrição.
Portanto, a pergunta que deve ser respondida na verdade é: “É possível oferecer um ambiente adequado para a raça escolhida nesta propriedade?”
E para saber isso, é preciso avaliar principalmente os pontos abaixo:
1- Qual sistema de produção será oferecido?
A pasto? As vacas terão que buscar alimento e ficar na variação climática da região? Irão receber suplementação a cocho ou somente ter oferta de pastagem?
Ou os animais ficarão confinados em ambiente climatizado de forma ideal para aquela raça?
O que gera custo e benefício nesse sistema?
2- Qual o objetivo da propriedade?
Vai produzir também derivados do leite em um laticínio, precisando de vacas de alto rendimento para a produção de queijos?
Além de produzir leite, a propriedade vai comercializar material genético na região?
A propriedade tem grande área de pastagem e precisa de animais mais rústicos para aproveitar essa pastagem e ainda utilizar os machos para gerar boiada de corte agregando receita?
O objetivo principal da propriedade interfere muito na escolha da raça.
3- Qual o clima da propriedade?
Se a fazenda não for oferecer um ambiente climatizado, é preciso pensar no clima da região. Não podemos deixar o animal passar calor jamais!
Raças zebuínas se adaptam melhor ao nosso clima e raças européias sofrem estresse térmico sem a climatização, apresentando baixa produtividade, dificuldades de reprodução e doenças.
4- Quais recursos serão investidos?
Haverá investimento em tecnologia, em uma escala de rebanho? Ou haverá baixo investimento em tecnologia?
Vale destacar que tecnologia não é sinônimo de receita e produtividade. Não é garantia de rentabilidade!
Propriedades mais rústicas devem investir em raças de maior rusticidade, mais resistentes a parasitas e de boas condições de saúde.
5- Quais desafios a vaca irá enfrentar na propriedade?
É importante identificar todos os desafios que os animais irão enfrentar no dia a dia. Vão subir e descer muito morro? Vão andar muito para buscar alimento? Há muitas situações de desconforto?
Há raças que apresentam boa produtividade mesmo nessas condições desafiadoras. A propriedade vai optar por escolher essas raças ou investir em melhorias para reduzir os desafios?
6- A mão de obra está preparada?
Este é um dos principais desafios. A equipe está preparada para trabalhar com o rebanho escolhido? Está treinada?
A propriedade dá condições para que a equipe execute suas atividades de forma que atenda as demandas da raça escolhida?
As pessoas que trabalham na fazenda precisam entender sobre a atividade leiteira e sobre as características da raça da propriedade em que estão.
“Para a produção leiteira ser funcional, rentável e lucrativa, depende muito mais do produtor do que das vacas. Elas precisam receber as condições necessárias para alcançar seu potencial genético”. Aécio Raymundy - médico veterinário.
Um dos rebanhos mais comuns no Brasil, devido à sua grande adaptabilidade, é a raça sintética Girolando, cruzamento entre as raças Gir e Holandesa. Saiba mais sobre ela:
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