Os animais só são produtivos se estão saudáveis. Quando um rebanho leiteiro apresenta problemas de casco, várias áreas da atividade são afetadas. Uma série de prejuízos associados a essas doenças passam a significar, então, um grande comprometimento da saúde financeira da fazenda.
Vacas mancando apresentam esse déficit de movimentação porque estão com dor. Isso significa que estão passando por uma liberação do hormônio cortisol que baixa sua imunidade. Esse quadro leva a uma queda na ingestão de alimentos que compromete, principalmente, as funções reprodutivas e a produção leiteira desses animais.
Além desse prejuízo direto à saúde e produtividade dos animais, os problemas de casco em bovinos representam custos com médicos veterinários, medicação, descarte do leite de animais tratados com antibióticos, mudanças no manejo diário da fazenda e possíveis descartes de animais.
Entre as doenças de casco que mais acometem os bovinos de leite estão:
DERMATITE DIGITAL PAPILOMATOSA (Verruga dos cascos)
É a principal doença digital que acomete os rebanhos leiteiros e que abre portas para outras doenças de casco. Tem caráter infeccioso extremamente doloroso e passa de um animal para o outro, sendo altamente contagiosa. Geralmente se prolifera onde tem muita lama e seu principal meio de disseminação é a contaminação do ambiente através do barro.
Como controlar?
É uma doença de grande impacto econômico, que precisa de ações de caráter curativo, associadas a medidas preventivas, principalmente o controle de umidade.
“Muitas vezes, na intenção de reduzir a lama, os produtores, apesar da boa intenção, cometem o erro de cascalhar os trajetos. Esta é uma das medidas mais erradas no manejo de casco. Qualquer coisa além de confinar os animais ou fazer pistas de concreto, é medida paliativa.”
“Quando se tem um desafio de problemas de casco na fazenda, é preciso trabalhar de duas formas: uma de caráter curativo, que significa tirar a doença circulante do rebanho tratando os animais de forma rápida e eficiente, e associar essas ações a um manejo preventivo.”
Piero Teodoro - Médico Veterinário
FLEGMÃO DIGITAL
É uma doença mais agressiva e mais difícil de se tratar em bovinos. Causada por bactérias, tem um efeito sistêmico muito grande nos animais, com grande produção de pus. O diagnóstico é um pouco complicado porque as fases iniciais não apresentam lesões significativas. O animal manca, mas não se observa lesão. Nas próximas fases, ocorre inchaço do membro e infecção da articulação.
O tratamento desta doença é feito com antibiótico associado à aplicação de anti-inflamatório.
ÚLCERA DE SOLA
É uma doença de origem traumática, causada por pressão, que geralmente acomete mais os animais em sistema de Free Stall. Nesse sistema, se o animal fica muito em pé no concreto, fica suscetível a lesões traumáticas.
Para o controle desta doença é importante um barracão extremamente confortável, casqueamento eficiente do rebanho pelo menos uma vez ao ano, associado a outros manejos de conforto e bem estar, como por exemplo boa higiene de pista e boa qualidade de cama para os animais ficarem mais tempo deitados.
DOENÇA DE LINHA BRANCA
Também é de origem traumática ligada ao conforto e estrutura da propriedade. Curvas muito acentuadas, piso muito abrasivo, muita inclinação e falta de conforto favorecem o surgimento desta doença.
É bem característica, entre a sola e a muralha (parte de fora), cujo tratamento deve ser através da abertura da lesão e uso de prótese (ou tamanco) podal para evitar o contato com o solo.
PODODERMATITE SÉPTICA (Broca/ Abcesso de sola)
Quando o animal apresenta alguma lesão e nada é feito, geralmente essa lesão evolui para uma pododermatite séptica, acometendo todo o estojo córneo do animal. Após chegar nesse nível de comprometimento, é muito difícil o casco voltar a ter uma aparência esteticamente bonita.
O principal controle é não deixar as lesões chegarem a esse ponto de abrangência.
A somatória de várias atitudes preventivas é o que torna o manejo de cascos eficiente. As principais são:
1- Casqueamento preventivo: um na secagem e outro na metade da lactação. Na pior das hipóteses, fazer ao menos uma vez ao ano.
2- Manejo adequado de pedilúvio: local de passagem espontânea, com água e produto específico de fixação nos cascos para proteção.
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