Trabalho de Formação Técnica apresentado pelas alunas Carla Beatriz Fernandes e Gabrielli Mayumi Takeda Ribeiro na conclusão do Curso Técnico em Agropecuária da FUNDAÇÃO ROGE em 2022.
A colostragem é uma fase de suma importância na vida atual e posterior das bezerras, já que é fonte de toda imunidade inicial a ser recebida, e que a manterá pelas primeiras semanas de vida, o que reflete em seu desenvolvimento.
A cromoterapia, por sua vez, visa a melhora de estado e as possíveis reações de acordo com sua cor e com o indivíduo em trabalho. Mas seria possível obter reações positivas em colostragem de neonatos bovinos utilizando essa técnica?
Essa foi a questão pesquisada pelas alunas da FUNDAÇÃO ROGE, Carla Fernandes e Gabrielli Takeda, em seu trabalho de formação técnica.
Estuda-se as possíveis reações em colostragem de bezerros utilizando a luz azul em seu processo, não demonstrando alterações na ingestão do colostro em si, porém uma possível reação na absorção de imunoglobulinas mensuradas pelo refratômetro de Brix. A pesquisa das alunas teve como base estudos sobre a visão bovina, as utilizações anteriores da cromoterapia em outros trabalhos da literatura, além de experimentos realizados com os neonatos em si.
A cromoterapia é uma prática terapêutica que expõe o corpo em um ambiente com determinada cor de luz, estuda-se as diferentes energias que respondem as variações de cores, de acordo com o modo como o organismo reage a esse estímulo. Utiliza-se como influência no organismo, na mente e no comportamento, causando diferentes resultados dependendo da cor trabalhada e da tonalidade (REBECA, 2020).
A terapia de cores é utilizada em pessoas e em animais de estimação de pequeno porte, mostrando eficácia no tratamento de gatos com alta taxa de agressividade, reduzindo seu estresse e os deixando mais pacíficos (BARBOSA, 2021). Além de haver um estudo realizado em cavalos de corrida mostrando os efeitos desse método (BABAN, DEZO, COSIC, et al, 2011).
A pesquisa teve como objetivo, testar a funcionalidade da cromoterapia em bezerras com a intenção de estimular o neonato a ingerir o colostro com mais facilidade e em tempo ágil. E a partir disso, avaliar seu comportamento e mudanças nesse estímulo da primeira mamada.
Utiliza-se da cromoterapia com o objetivo de estimular a satisfação da necessidade de sucção e a salivação ao mamar, pois o colostro pode ser rejeitado por fatores que estressam o bezerro durante e após o parto, principalmente quando o bezerro é separado da mãe recorrendo-se ao aleitamento artificial (BITTAR, SILVA, 2014).
Visando melhorar o processo de colostragem, otimizando a transferência de imunidade passiva, o experimento buscou expor as bezerras à luz azul, com variações de intensidade, como estímulo para uma melhor ingestão do colostro, que é o primeiro cuidado que se deve ter com o neonato, pois garante sua imunidade pelas primeiras semanas de vida (RADOSTITIS et al., 2000, BACCILI, 2018). A falha nessa transferência ocorre em diversas propriedades devido a alguns fatores, entre eles má qualidade, consequente do manejo inadequado durante o pré-parto, além do atraso e volume incorreto, que muitas vezes acontece por dificuldade de aceitação do bezerro (BERNARDI, 2021).
Foi criado um protótipo implantado em baias pós-parto para abrigar o neonato durante os três primeiros dias. O protótipo consiste de uma lâmpada em um apoio na própria instalação, com fiações adequadas em uma altura sem o alcance do bezerro, porém permitindo o contato com a luz, conforme figura abaixo:
Imagem: as autoras
Foram utilizados dois pares de bezerros recém paridos em baias individuais. Com a primeira dupla foi realizada a observação sem a presença de luminosidade colorida. Já com a segunda, houve a presença de luz azul.
horário do parto
problemas no parto
temperatura
momento em que o bezerro foi levado para a baia
tempo de levantar e acalmar
tempo de espera até a colostragem
tempo de ingestão
qualidade do colostro e eficiência de colostragem, mensurados pelo refratômetro de Brix.
O tempo de análise foi de três dias consecutivos, sendo que os bezerros ficaram expostos cerca de trinta minutos no período do colostro e na primeira noite, e durante o aleitamento na baia, somente no período da ingestão.
No experimento realizado, a cromoterapia não teve impacto sobre a demora de ingestão do colostro, porém notou-se uma possível influência na absorção de imunoglobulina ao fazer a quantificação da colostragem, devido ao fator antiestresse. Não foi possível assegurar alguma mudança padrão sobre o temperamento do animal com o efeito da luz, mas a proximidade do bezerro em relação ao foco de luz comprova que não houve desconforto por parte do animal.
Para conhecer a pesquisa completa, com os resultados, a descrição e custos do protótipo de cromoterapia? Clique aqui.
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