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Entenda melhor como avaliar a CCS no seu rebanho




Entenda melhor como avaliar o ccs no rebanho

***Texto da autora Ana Cláudia, médica veterinária pela UFMG da empresa MilkCare.

A Contagem de Células Somáticas – CCS é um indicador da saúde da glândula mamária de suas vacas! Uma boa gestão deste indicador pode nos ajudar a prever possíveis mastites clínicas.

O que são as Células Somáticas?

As células somáticas são um grupo de células que estão presentes tanto no leite de animais saudáveis quanto no de doentes. Esse grupo é composto por células de descamação do epitélio mamário e por células de defesa (Carneiro et al., 2009). Quando o animal está saudável temos o predomínio das células de descamação porém quando há infecção os leucócitos são encontrados em maior quantidade. Sendo assim, não é possível ter valor ZERO de CCS no seu rebanho!

Variação da quantidade das células de descamação

As células de descamação presentes no leite fazem parte do processo natural de renovação do epitélio glandular. Sendo assim, durante toda a lactação é normal que esse tipo de célula esteja presente na composição da CCS.

Um dos fatores responsável pelo incremento das células de descamação é o tempo de lactação. Ou seja, quanto mais adiantado for o estágio de lactação maior será o número de células de descamação na contagem das células somáticas. Outro fator que também é responsável pelo aumento das células de descamação é a idade do animal. Isso significa que, quanto mais velho o animal for, maior será a descamação desse epitélio glandular.

Presença das células de defesa no leite

Um outro tipo de células que compõe a contagem de células somáticas são as células de defesa (Leucócitos). Quando o tecido está sadio, o tipo de célula de defesa que está em maior proporção são os macrófagos. Porém, quando há a presença de uma infecção encontra-se o neutrófilo como célula predominante. Dessa forma conclui-se que sempre haverá a presença de leucócitos no leite da vaca.

A presença dos macrófagos representa uma importante barreira contra a ação das bactérias já que ele é responsável pela identificação da bactéria que será capturada pelas outras células de defesa.

Qual a influência da CCS na saúde da glândula mamária?

A Contagem de Células Somáticas – CCS é um parâmetro de monitoramento da saúde da glândula mamária. Ao realizar uma avaliação contínua da CCS de cada vaca é possível identificar quais animais são considerados saudáveis e quais estão com infecção. Normalmente associa-se o valor de até 200.000 cel/mL para indicar que o animal está saudável.

Na ocorrência da mastite subclínica não há sintomas clínicos, mas existe o estímulo do sistema imunológico para combater a bactéria. Esse estímulo recruta mais células de defesa para o lúmen da glândula mamária e com isso há aumento da CCS. Na mastite clínica, também ocorre aumento do número de leucócitos porém há a manifestação de sintomatologia clínica.

A CCS do tanque é considerada o reflexo da sanidade do rebanho já que ela representa uma média das CCS das vacas em lactação. Além disso é possível correlacionar seu valor à taxa de perda de produção e a taxa de infecção do rebanho. Para realizar essa correlação utiliza-se uma tabela produzida por pesquisadores (NMC, 1987).

Tabela 1. Prevalência estimada de infecção e perdas na produção de leite, associadas à alta contagem de células somáticas do tanque de expansão*

CCS Rebanho de leite

*Perda da produção calculada como porcentagem da produção esperada a 200.000 cél. / ml.

CCSTQ = contagem de células somáticas do tanque de expansão.

**Fonte: NMC, 1987.

O que fazer com a CCS alta?

Quando nos deparamos com a CCS alta no tanque é válido concluir que existe uma infecção no rebanho. Na metodologia de trabalho MilkCare realizamos análises para a identificação  da CCS individual dos animais em lactação. Com essa avaliação é possível saber quais são as vacas que estão apresentando maior contribuição com a CCS do tanque.

Animais com a CCS alta e que não apresentam mastite clínica NÃO DEVEM SER TRATADOS. Isso porque o tratamento de mastite subclínica não tem uma taxa de cura boa e, com isso, fica economicamente inviabilizado.

Algumas medidas devem ser tomadas para conseguir alcançar a meta da CCS BAIXA no rebanho,  como por exemplo;

1- Atenção especial à secagem dos animais que passaram a lactação com episódios de mastite subclínica e os que estão secando com CCS alta;
2- Escolha do tratamento adequado de acordo com o perfil imunológico do animal;
3- Caracterização do microrganismo causador da mastite;
4- Descarte do animal.

 

Bibliografia:

Carneiro et al. Ciência Rural, v.39, n.6, set, 2009.

 

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