A tecnologia tem facilitado cada vez mais o trabalho com a pecuária. O surgimento constante de novos equipamentos e um novo conceito de postura gerencial dos produtores também têm contribuído para a aceleração da eficiência nas fazendas.
O pesquisador da Embrapa Gado de Leite Luiz Gustavo Pereira explica que "o conceito de precisão está relacionado a uma postura gerencial que leva em conta a variabilidade existente entre os animais, entre as fazendas e entre os pastos, por exemplo. A tomada de decisão é feita de forma inteligente porque é baseada em tecnologias da informação e comunicação que hoje estão muito mais fáceis e acessíveis. Essa decisão melhora o desempenho tanto econômico, social e ambiental do sistema de produção. (...) mesmo sem equipamentos e com ferramentas gerenciais conseguimos colocar em prática essa filosofia da precisão".
Ordenha robotizada, análise de nutrição individualizada, chips que prevêem o parto da vaca e enviam um alerta para o celular. Chips que ajudam na cicatrização do umbigo do bezerro. Balança que registra o peso do gado que caminha livre pelo pasto. Análise genética para previsão da capacidade futura de produção de leite e de reprodução a partir de células de bovinos recém nascidos. Utilização de softwares variados e sistemas gerenciais que objetivam qualidade. Esses são alguns exemplos das tecnologias de Pecuária de Precisão. Algumas já em pleno funcionamento no campo, outras em processo de desenvolvimento.
Na origem, a precisão não depende apenas da automação, pois um gerenciamento sistematizado também pode garantir precisão.
É preciso saber aplicar para valer o investimento. Fazendo bom uso, o custo-benefício é garantido.
Algumas ferramentas mais sofisticadas para o campo como por exemplo colares com GPS, termômetro e acelerômetro, são mais direcionadas a pesquisadores técnicos, levando benefício indireto aos produtores. Com esses aparelhos é possível saber qual pastagem o animal prefere, quanto tempo ele esteve em cada uma, quanto tempo em pé, deitado, ruminando. Se ele passou para beber água, se depois ficou deitado muito tempo na sombra, no sol. Isso para poder avaliar a adaptação da espécie, da raça, para cada condição do Brasil.
Segundo Pedro Paulo Pires, médico-veterinário e pesquisador da Embrapa, a Pecuária de Precisão é o futuro, não tem volta. Nós vamos ter que produzir comida para o mundo e o mundo quer que nós produzamos com qualidade. Então não é só volume, é controle de qualidade: saber a origem, agregar valor.
A ordenha robotizada já é realidade na Europa e em grande expansão no Brasil.
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