Trabalho de Formação Técnica apresentado pelos alunos Paulo Vitor Campos Barnabé e Sarah Maria Almeida Silva na conclusão do Curso Técnico em Agropecuária da FUNDAÇÃO ROGE em 2022.
É de grande relevância que a seletividade e palatabilidade dos ruminantes é um fator agravante para a qualidade do leite e seu volume, uma vez que o animal não consegue absorver todos os nutrientes necessários. Ademais, o esforço físico em excesso feito pelo produtor durante o preparo do trato feito à mão, método utilizado em pequenas propriedades, causa o desgaste físico e muitas vezes psicológico do mesmo. Como resolver, então, este problema em pequenas fazendas?
Os alunos Paulo Barnabé e Sarah Silva, formandos do Curso Técnico em Agropecuária da FUNDAÇÃO ROGE em 2022, observaram que pequenos produtores de leite realizam a homogeneização do trato do seu rebanho de forma manual, o que leva à baixa efetividade da mistura, facilitando a seletividade dos animais perante ao trato por razão da palatabilidade dos mesmos, e assim, gerando um desequilíbrio na absorção de nutrientes, o que pode resultar na queda de qualidade e quantidade de produção, além de, provavelmente, futuras doenças metabólicas do rebanho.
A solução para esses problemas seria o vagão misturador, porém devido ao seu alto valor (entre R$20.000,00 a R$400.000,00 - dados de 2022), torna impossível dos pequenos e até médios proprietários adquiri-lo. Sendo assim, os alunos criaram o protótipo de um misturador de baixo custo, feito em sua maioria, com materiais característicos de setores de mecânica e construção civil.
O maquinário funciona a partir de uma betoneira caseira, a fim de maximizar volume e qualidade de produção, além de amenizar as lesões por esforço físico ocorridas no processo de produção com um baixo custo financeiro.
Imagem: os autores.
O trabalho de pesquisa dos alunos consistiu em:
O problema foi identificado no Sítio Primavera, em Maria da Fé - MG, no bairro Tijuco Preto, constituindo quatro alqueires. O foco da propriedade é a criação de garrote para o corte, plantação de batata e a produção leiteira, contando com 27 litros por dia de produção de leite total e 2 vacas em lactação. São utilizadas as raças Girolando e Jersolando. A partir do seu leite, a propriedade também produz queijo, iogurte, doces e pão doce. O sistema com o qual a fazenda trabalha é o semi-intensivo, no qual os animais ficam à pasto e têm acesso a dieta uma vez ao dia. Sendo fornecido por animal 10 Kg de volumoso (alimento >18% de FDN) e dois Kg de concentrado (alimento <18% de FDN), sendo o volumoso silagem de milho e o concentrado uma ração pronta constituída por soja; fubá; polpa cítrica; ureia e sal mineral. O trato era feito manualmente, o que levava a uma dieta de baixa homogeneização e ao excesso de esforço físico repetitivo feito pelo único funcionário do sítio.
Após um período de implementação na propriedade, diversos testes e ajustes para o aprimoramento do protótipo, a mistura apresentou bons resultados de laboratório quanto à análise bromatológica e o leite apresentou aumento da qualidade. E o custo total do protótipo ficou em média R$1.386,00 (2022).
O proprietário da fazenda e seu funcionário avaliaram positivamente a manipulação do equipamento.
O protótipo mostrou assim a sua eficiência, maximizando a produção leiteira dos pequenos proprietários e minimizando as lesões por esforço físico.
Clique aqui para acessar o trabalho completo realizado pelos técnicos.
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