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* Texto adaptado do artigo científico “Uso de Araucaria angustifolia no controle de carrapatos”, de Rebeca Mendes Vieira da Costa, aluna do Curso de Agropecuária da Academia do Leite, sob orientação dos professores: Michel R. dos Santos Nogueira - Médico Veterinário, Rafaelly G. Guedes e Carlos Eduardo Leite - Metodologia Científica.
A infestação pelos parasitas da família Ixodidae em rebanhos bovinos, como carrapatos do gênero Rhipicephalus microplus, é um dos maiores empecilhos na produção leiteira brasileira, causando uma perda anual de $3,24 bilhões (Grisi, 2013). A principal forma atual de controle dos carrapatos é o uso de carrapaticidas. Esses produtos químicos são usados muitas vezes, sem orientação técnica, o que ocasiona o manejo incorreto deste, inclusive, gerando morte de animais do rebanho. A aplicação indiscriminada, afeta também de forma indireta a saúde humana, como por meio dos resíduos dos carrapaticidas (Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, 2004).
O manejo natural é uma medida alternativa contra os parasitas de bovinos, tendo como base extratos de plantas medicinais, reduzindo impactos ambientais e econômicos associados ao uso de pesticidas encontrados no mercado atual (Costa, 2017). As plantas medicinais são de fácil acesso pelos produtores, e na maioria das vezes, não deixa resíduos nos produtos finais dos animais, e são de baixo custo de produção e aplicação (Emater MG, 2007).
O Rhipicephalus microplus, por mais que parasite somente um hospedeiro, divide sua vida em duas etapas, sendo estas, parasitando o bovino durante aproximadamente 22 dias e uma não parasitária, ficando sob a pastagem por volta de dois a três meses, tudo dependendo do clima o qual este se encontra, como pode ser observado na imagem abaixo (Gonzales et al, 1974).
Representação do ciclo de vida do Rhipicephalus microplus (Gonzales, 1974).
A maioria dos produtos utilizados para o controle de parasitas exige um período de carência, se for utilizado o exemplo de um animal que produz 25 kg de leite, e uma empresa que venda seu produto por R$ 1,50 o litro, o produtor deixará de ganhar R$ 37,50 por dia com cada animal que foi pulverizado (Costa, 2017).
Para a menor contaminação ambiental e toxicidade de animais e humanos, as plantas medicinais e seus extratos vegetais têm se mostrado uma alternativa eficiente no controle de ectoparasitas (BROGLIO-MICHELETTI et al., 2009). Um dos principais motivos pelo qual o uso de plantas tem sido cada vez mais aprimorado é que os carrapatos demoram um longo período para desenvolver resistência por estas substâncias (BORGES et al., 2011). Apesar dessas vantagens, o tratamento alternativo através das plantas apresenta alguns fatores limitantes como o conhecimento restrito da propriedade terapêutica de cada planta, poucas pesquisas científicas da área, a não valorização do saber popular e a dificuldade de identificação da doença a se tratar, além do receio das propriedades tóxicas de algumas plantas (Dammski, Neves, Richter, Reimer, Correia).
As plantas medicinais são vegetais in natura preparados de acordo com a medicina popular, e as plantas são denominadas medicinais quando têm uma substância de ação farmacológica, denominada princípio ativo (Dammski, Neves, Richter, Reimer, Correia).
O uso medicinal da Araucaria angustifolia contra carrapatos já é recorrente em algumas comunidades, onde produtores rurais utilizam a grimpa do pinheiro no controle dos parasitas em bovinos de leite (Arcego, 2005).
Um estudo realizado pela Revista Brasileira de Agroecologia e pela Embrapa em 2009 sobre a eficácia do pinheiro in vitro contra o carrapato, relatou que na concentração etanólica de 30% obteve 50% de eficácia; já na concentração de 15% a planta foi ineficaz (-4,2) (Brasil, 1990).
O produtor rural interessado em explorar as plantas na sua fazenda pode buscar ajuda profissional para identificar se há plantas que podem ser utilizadas na prevenção ou tratamento do rebanho.
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