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Ceratoconjuntivite bovina: como diagnosticar e tratar




Ceratoconjuntivite bovina: como diagnosticar e tratar

Também conhecida como pinkeye, olho branco e lágrima, a CIB (Ceratoconjuntivite Infecciosa Bovina) é a principal doença que afeta o sistema visual dos bovinos e representa um grande desafio para os produtores rurais, podendo causar prejuízos significativos.

Confira mais detalhes a seguir sobre essa enfermidade.

 


Entendendo melhor sobre a ceratoconjuntivite bovina

 

Afetando animais de todas as faixas etárias, principalmente os bezerros, a ceratoconjuntivite bovina é uma doença altamente contagiosa. Embora raramente cause a morte do animal, os prejuízos econômicos são significativos, tanto para a bovinocultura de leite quanto a de corte. Confira alguns exemplos:


    • morbidade de até 80% em bezerros e animais confinados
    • ulceração central da córnea e perda da visão
    • interrompe o ganho de peso dos animais por até duas semanas
    • queda da produção de leite
    • despesas com tratamento

 

Geralmente os primeiros sinais clínicos da ceratoconjuntivite aparecem cerca de 72 horas após a exposição ao agente causador e incluem lacrimejamento intenso, corrimento nasal,  fotofobia (os animais fecham os olhos para evitar a luz), moscas presentes na área afetada e conjuntivite. É importante destacar que a evolução dos sinais clínicos varia de um animal para outro.

Alguns fatores podem aumentar a suscetibilidade para desenvolver essa infecção ocular, incluindo sementes, feno, poeira e outros agentes irritantes mecânicos. Também, a exposição à luz solar, que tem o potencial de causar danos ao epitélio corneano e facilitar a entrada de bactérias. Isso explica o aumento da ocorrência do problema durante o verão. Além disso, bovinos que possuem a área ao redor dos olhos sem pigmentação são mais sensíveis à luz solar e têm maior propensão para desenvolver lesões oculares. 

 


Como diagnosticar a doença?

 

O diagnóstico preciso da ceratoconjuntivite bovina é fundamental para a identificação e contenção do agente causador, minimizando assim os danos econômicos e produtivos causados pela doença. Desta forma, é essencial contar com o apoio de especialistas, como médicos veterinários, para auxiliar nessa fase.

O diagnóstico é apoiado no histórico dos bovinos, sinais clínicos apresentados pelos animais e análise dos fatores de risco. Com o intuito de obtê-lo de forma mais precisa e identificar o agente causador, são utilizadas técnicas moleculares, como por exemplo, o PCR multiplex em tempo real. Esse método apresenta uma alta sensibilidade e especificidade na detecção e diferenciação de 5 patógenos relacionados à ceratoconjuntivite bovina, tais como:

1. M. bovis
2. M. bovoculi
3. Mycoplasma bovis
4. Mycoplasma bovoculi
5. BHV-1

Além disso, para diagnosticar, é possível, a partir da coleta de swab ocular, fazer cultura microbiológica. Essa forma apresenta risco de contaminação da amostra por microrganismos secundários, o que é uma desvantagem. 

 


Como tratar a ceratoconjuntivite bovina?

 

O tratamento da doença deve ser iniciado o mais rapidamente possível, com o objetivo de evitar lesões irreversíveis da córnea. Veja algumas formas de tratar:

  • Para o tratamento dessa enfermidade, os medicamentos antibióticos são a base principal. Em vacas não lactantes ou bezerros, as aplicações podem ser feitas diretamente na pálpebra do animal de até 1 ml, com enrofloxacina,  oxitetraciclina, ou gentamicina. Em situações que não se tem experiência com esse tipo de aplicação, o tratamento pode ser administrado sistemicamente, seguindo as instruções da bula do medicamento.

  • Outra opção para o tratamento da ceratoconjuntivite bovina são as pomadas antibióticas para mastite, que são aplicadas na parte interna da pálpebra inferior dos bovinos.

  • A intervenção cirúrgica, fazendo a remoção do globo ocular, pode ser necessária em situações crônicas com úlceras profundas. Entretanto, é importante destacar que a avaliação da lesão e seu grau de acometimento devem ser realizados por um médico veterinário capacitado.

A prevenção da ceratoconjuntivite pode ocorrer atualmente com o uso de vacinas. Para isso, é importante aplicá-las somente após os 4 meses de idade, com uma segunda dose de reforço 21 dias depois, e realizar a revacinação a cada 6 meses.  

O produtor rural precisa estar ciente que somente o uso de vacinas não é suficiente para garantir um controle completo da doença na criação do gado. É preciso que medidas sejam adotadas para que os fatores de risco possam ser reduzidos, como o controle de moscas, através de instalações limpas, por exemplo. Além disso, em casos de morte de animais, é importante remover a carcaça e não deixar próximo aos lotes de rebanho para evitar a atração de transmissores para a área.

O acompanhamento regular dos animais, que deve ser realizado semanalmente, é um procedimento que pode auxiliar na detecção precoce e no tratamento imediato dos bovinos com ceratoconjuntivite. Desta forma, é possível evitar a evolução da enfermidade e diminuir as chances de que os animais sejam fonte de infecção para outros que estão saudáveis.



Cuide da saúde do seu rebanho e evite prejuízos

 

Os bovinos são animais suscetíveis a diversas doenças, incluindo a ceratoconjuntivite, que pode causar prejuízos significativos nas propriedades. Por isso, é importante que os produtores conheçam as principais enfermidades que afetam o rebanho e invistam em medidas preventivas para minimizar os impactos econômicos e de bem-estar animal.

 

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