Blog

6 técnicas para recuperar pastagens degradadas




 

6 técnicas para recuperar pastagens degradadas

As pastagens representam a base da alimentação para a pecuária de corte e leiteira e ocupam dois terços da área agricultável no mundo.

A exploração da pastagem sem manejo causa um grave problema de degradação e compromete o desempenho animal e a rentabilidade do sistema de produção.

A pastagem degradada é realidade em grande parte das áreas de produção. Estima-se que 80% das áreas de pastagem do Brasil apresentam algum grau de degradação e isso afeta diretamente a sustentabilidade do setor pecuário.

Neste contexto é interessante saber identificar os diferentes estágios de degradação das pastagens a fim de propor técnicas capazes de melhorar o sistema de produção.

As pastagens degradadas se caracterizam pela perda do vigor, da produtividade, da sua capacidade de rebrota, pela redução do seu potencial de fornecimento de forragem aos animais, levando a queda da capacidade de lotação de animal por área.

Principais fatores que originam ou intensificam os processos de degradação 

 

  • Excesso de lotação (superpastejo)
  • Falta de correção do pH e dos nutrientes do solo na formação e manutenção das pastagens
  • Técnica inadequada de preparo do solo e semeadura
  • Ausência de práticas de conservação do solo
  • Uso de espécies forrageiras não adaptadas
  • Uso de sementes de baixa qualidade
  • Pastejo prematuro

 

Critérios para avaliar o grau de degradação

 

De acordo com as características da área, a EMBRAPA estabeleceu uma escala de grau de degradação que varia de 0 a 4, onde a ausência de degradação seria o grau 0 e os demais graus seriam criados a partir da observação das características relatadas na tabela abaixo:

Tabela

Fonte: Adaptado de Spain & Gualdrón (1991) e Moreira e Assad (2000)

A avaliação do grau de degradação das pastagens ajuda a definir a estratégia mais adequada para ser recomendada.

Assim, pastagens nos graus 1 e 2 podem ser recuperadas enquanto que nos graus 3 e 4 necessitam de técnicas de renovação.

Técnicas de recuperação de pastagens

 

Recuperar uma pastagem corresponde a aplicar técnicas capazes de restaurar o vigor e a produtividade quando a área apresenta classificação de degradação grau 1 e 2:

1- Restaurar a fertilidade do solo 

Através dos dados da análise do solo realizar a calagem e adubação conforme a necessidade da forrageira. As aplicações do calcário e do adubo deverão ocorrer no início do período chuvoso a lanço sem incorporação ao solo.

2- Utilização de cordões em nível de adubação verde

Espécies leguminosas como feijão guandú (cajanus cajan), crotalária (crotalaria juncea), calopogônio (Calopogonium mucunoides) e estilosantes (Stylosanthes sp) são capazes de melhorar as condições físicas e fixar nitrogênio ao solo.

3- Controle de plantas invasoras

O controle das plantas invasoras poderá ser realizado através de dessecantes químicos seletivo e/ou controle cultural.

4- Manejo da altura de pastejo

Manejar corretamente a altura de entrada e saída do animal. Uma dica prática é a confecção de uma régua de pastejo para cada espécie forrageira. Este método consiste em confeccionar uma peça de metal ou madeira pintada toda de vermelha com uma faixa verde que indica a altura adequada para o uso da pastagem. As medidas da altura de entrada e de saída deverão ser baseadas nas recomendações particulares de cada espécie.

altura de entrada

Créditos da imagem: Thays Cordeiro Mota Lorena

5- Rotação de pasto

Realizar a divisão dos pastos de modo a permitir melhor manejo e rotação, melhora o aproveitamento do plantel e uniformização de rebrota. Embora haja gastos com cerca, este sistema de pastejo permite aumento de animais por hectare quando bem manejado.

6- Realização de risco com subsolador 

Esta prática consiste em fazer sulcos em nível com o subsolador e é recomendável quando há compactação do solo e pouca infiltração de água. Estes riscos realizam a quebra da estrutura do solo permitindo que neste local a água encontre facilidade de infiltrar. Esta técnica favorece o desenvolvimento da forrageira localizada nas proximidades por melhorar a umidade do solo.

 

Quer ter acesso aos principais assuntos da pecuária de leite e ainda se especializar na área? Faça parte do Clube Leiteiro da FUNDAÇÃO!

New call-to-action

 

Thays Cordeiro Mota Lorena

Thays Cordeiro Mota Lorena

Engenheira Agrônoma, professora na FUNDAÇÃO ROGE e Consultora Técnica. Para ela, despertar e estruturar conceitos técnicos nos alunos fará com que estes terão excelência no dia a dia no campo.