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Vacas discretas: Seleção genética eficiente para produção e fertilidade




Vacas discretas: Seleção genética eficiente para a produção e fertilidade

Texto extraído no curso “A Seleção genética apoiando o dia a dia da fazenda” no Clube Leiteiro, conduzido pelo Médico Veterinário e produtor de leite Bruno Scarpa Nilo.

 

Vacas extremamente eficientes, produtivas, férteis, saudáveis e duradouras dentro do rebanho é o que as propriedades leiteiras tecnificadas almejam. Animais que nasçam sadios, que emprenhem logo, parindo sem problemas e produzindo leite por muito tempo no sistema. A seleção genética pode ajudar as fazendas na busca por esse rebanho eficiente.

Muitas vezes, a avaliação da eficiência de produção e fertilidade dentro de uma propriedade leiteira deixa de lado outras características importantes na hora de se fazer a seleção genética para o rebanho, podendo impactar negativamente na rentabilidade futura da fazenda.

Tratando-se de produção de leite, pode chamar mais atenção aquela vaca de maior pico de produção dentro do curral e ela passa a ser considerada como a melhor vaca do rebanho. Mas é preciso olhar para outros indivíduos que, de repente, produzem leite por muito mais tempo, ou que tenham uma lactação mais constante, ou que apresentem menos problemas durante o período de lactação, e que portanto podem gerar muito mais retorno financeiro.

Essas características citadas acima são informações que devem ser mensuradas e avaliadas com atenção no rebanho e no momento da seleção genética de touros.

Em relação à fertilidade, o mesmo se aplica. A fertilidade não é apenas ter vacas prenhas no curral. É preciso olhar também para várias outras questões como:

  • Quantas doses por prenhez se está gastando dentro do rebanho?
  • Qual é o DEL - Dias em lactação do primeiro serviço no curral?
  • Qual é a idade da primeira inseminação dos animais desta fazenda?
  • A idade do primeiro parto está ideal, adequada àquele sistema da propriedade?
  • Como essas vacas estão parindo? E como estão voltando à reprodução após o parto?
  • Como está o descarte de animais jovens?

 

Esses e vários outros índices de fertilidade dão uma referência muito significativa da eficiência atual do rebanho leiteiro. E depende de cada sistema de produção, de raça e do que se espera do rebanho.

É fundamental que as propriedades busquem medir esses índices para chegar em números de referência que possam ser avaliados.

“Vacas discretas”

 

Esse conceito, também chamado de “vacas invisíveis” diz respeito às vacas que vão emprenhar bem, vão secar no período correto, que não vão ter problemas durante o parto ou a lactação, vão voltar à reprodução de forma rápida e natural. São aqueles indivíduos que não precisam de muita atenção e que geralmente estão dando muito retorno financeiro para as fazendas de leite. Não são as vacas que deram mais leite, mas ficaram mais tempo em produção, em equilíbrio.

São as “vacas discretas”, de grande eficiência, que a propriedade leiteira deve almejar.

Biotipo ideal

 

Cada sistema tem uma demanda de biotipo ideal. Um modelo de vaca no sistema a pasto não é o mesmo modelo de vaca de um compost barn, por exemplo.

Muitas vezes o projeto é robotizar o sistema daqui a alguns anos, e já será necessário, na seleção genética atual, pensar em colocação de teto posterior e velocidade de ordenha como exemplos de características desejadas.

Se a propriedade tem um rebanho de raças misturadas, o que será necessário melhorar através da genética em termos de produção e fertilidade, que irá refletir na rentabilidade da fazenda?

As características são muitas e devem ser sempre adaptadas à realidade de cada sistema, suas características atuais e suas estratégias futuras de negócio. Nem sempre o touro mais caro é o que irá trazer o melhor resultado!

Como garantir maior assertividade na seleção genética?

 

Quando se observa índices como Volume de leite em uma prova, DPR, Taxa de concepção de vacas e novilhas, Sólidos no leite, Células somáticas (que refletem diretamente em vida produtiva), tem-se mais qualidade de seleção da genética que se leva para dentro da fazenda.

A propriedade pode ainda genotipar seus animais,  obtendo informações reais do que tem no rebanho, elevando muito o nível de sucesso do acasalamento.

Conhecer essas características, registrá-las e medi-las é, portanto, fundamental para se obter maior assertividade na seleção genética de touros que atendam as demandas específicas de cada sistema de produção leiteira.

 

Vem aprender muito mais sobre a importância da seleção genética e conhecer os principais índices no curso especial que preparamos no Clube Leiteiro:

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Fundação Roge

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