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Produção de leite A2: nova oportunidade de negócio




Produção de leite A2: nova oportunidade de negócioUma nova tendência no mercado de lácteos é o leite A2, que promete atender à demanda de pessoas alérgicas ao leite. Apesar de ainda não ser comercializado, o leite A2 pode ser visto como oportunidade para vários produtores e empresas do segmento, já que segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai), cerca de 350 mil indivíduos no Brasil são alérgicos.

 

Qual a diferença entre os leites A1 e A2?

 

O que diferencia o leite A2 do leite A1 são os tipos de beta-caseínas existentes. As beta-caseínas representam, aproximadamente, 30% do total de proteínas do leite de vaca. No processo digestivo da caseína no leite A1(leite comum) é liberado um composto denominado beta-casomorfina-7 (BCM7) em que em indivíduos sensíveis passam mal, pois o BCM7 desencadeia o processo alérgico. Já o leite A2 que apresenta a beta caseína a2a2, de acordo com pesquisadores da Embrapa Gado de Leite (MG), não causa reações em pessoas que possuem alergia a essa proteína específica e apresenta uma melhor digestibilidade e tolerância na digestão quando comparada a beta-caseína A1.

 

Alergia x Intolerância

 

Geralmente as pessoas confundem a alergia à proteína do leite de vaca com a intolerância à lactose, pois alguns sintomas são parecidos, mas são coisas diferentes. A intolerância ocorre em pessoas que têm deficiência na produção de uma enzima chamada lactase, que é o açúcar do leite e não uma proteína. Portanto, o leite A2 não é indicado para a intolerância à lactose.

 

Melhoramento Genético

 

Se a vaca tem no genoma o genótipo A1A1 irá produzir só leite A1, se for A1A2 ela  produzirá uma mistura de leite A1 e A2, caso seja só A2A2 o leite será A2.

Pesquisas na área de melhoramento genético estão aceleradas para descobrir quais são as raças, através da análise do genoma, que tenham mais predominância de animais com genótipo A2A2. No Brasil, o Gir Leiteiro é a raça produtora de leite A2 mais importante, sendo que 98% são A2A2, segundo o portal Milkpoint.

Produtores de leite e indústria já começaram a se mobilizar no sentido de desenvolver pesquisas para esclarecer melhor os efeitos da beta-caseína A1 e também para selecionar animais que possuem o alelo A2, ou seja, aqueles que produzirão leite A2, para utilização em programas de seleção genética e em cruzamentos. O custo relativamente baixo e a rapidez dos testes feitos no leite, para detectar a presença de A2, serão aliados fundamentais para a comercialização do "leite A2", caso sejam comprovados seus benefícios nos quadros de intolerância, afirma o portal “Beba mais leite”.

 

Experiências que estão dando certo

 

A indústria A2Milk surgiu na Austrália e o sucesso está tão grande que até as pessoas não alérgicas estão consumindo o leite A2. E há outros países estrangeiros investindo nesse novo mercado, como a China e os EUA.

O produtor Eduardo Falcão de Caçapava-SP possui uma propriedade especializada em melhoramento genético da raça Gir Leiteiro. É o primeiro a comercializar o leite A2 no Brasil, produzindo 700 litros de leite por dia destinados à fabricação de queijos, manteigas e ricota. De acordo com Eduardo a implantação pode parecer complexa e demorada, mas quem optar pela produção de leite A2 diz que é compensador.


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Fundação Roge

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