A contagem de células somáticas é um indicador da qualidade do leite e está relacionada à presença de células de defesa no leite, especialmente os leucócitos, que são produzidos pelo organismo como resposta a infecções bacterianas, como a mastite. A presença de níveis elevados de CCS em vacas pode indicar problemas de saúde e ter um efeito prejudicial na qualidade do leite produzido.
A mastite é uma das principais causas desse aumento, mas também existem outros fatores indiretos que podem influenciar, como épocas específicas do ano, a idade do animal e o estágio da lactação.
A Contagem de Células Somáticas (CCS) pode causar diversos prejuízos para as propriedades leiteiras, como:
Diminuição da produção de leite: quando uma vaca tem uma CCS alta devido à mastite, seu organismo direciona energia e nutrientes para combater a infecção, resultando em uma menor produção de leite.
Aumento dos custos com tratamento: o tratamento da mastite e outras infecções relacionadas à elevação da CCS requer o uso de medicamentos e intervenções veterinárias. Esses custos adicionais podem afetar a rentabilidade das propriedades leiteiras.
Descarte do leite: o leite com alta CCS pode ser descartado devido aos regulamentos sanitários ou às exigências dos laticínios. Isso implica em perdas financeiras diretas para os produtores.
Alteração na composição do leite: o aumento da CCS pode levar a alterações na composição do leite, como diminuição da gordura, caseína e lactose. Essas mudanças podem afetar negativamente a qualidade e o valor comercial do leite produzido.
Para reduzir a CCS em sua propriedade, promover a saúde das vacas e a qualidade do leite, é fundamental adotar medidas eficazes. Conheça algumas:
1. Identifique animais que apresentam CCS elevadas
Para essa identificação, é recomendado realizar mensalmente testes de qualidade do leite. Essa prática auxilia no monitoramento das tendências do rebanho e na localização de animais que estão infectados. Além disso, para descobrir quais tipos de bactérias estão causando infecções mamárias, pode-se realizar culturas no tanque em um laboratório de confiança.
2. Minimize a disseminação da infecção
A fim de diminuir a disseminação da infecção, é fundamental dar prioridade aos procedimentos corretos de ordenha, tais como:
3. Conheça o desafio que está enfrentando
Para alcançar uma CCS mais baixa, é necessário estar ciente das circunstâncias que está enfrentando. Existem diferentes tipos de bactérias que são responsáveis pela mastite subclínica e é essencial identificar o organismo específico que requer tratamento.
4. Elabore um plano de ação
Após a identificação do tipo de bactéria para tratamento, é fundamental direcionar a atenção para as vacas que contribuem com a maior proporção de células somáticas no tanque. Leve em consideração o histórico de CCS, idade, resposta a tratamentos anteriores, histórico de mastite clínica, produção de leite, fertilidade, locomoção e saúde geral do animal. Com base nessas considerações, tome uma decisão sobre a necessidade de realizar a secagem, o tratamento ou a remoção do animal do rebanho.
5. Acompanhe de perto o progresso
Para alcançar uma contagem mais baixa, é essencial ter conhecimento da média atual de CCS, a fim de monitorar o progresso. Estabelecer metas mensuráveis é importante, pois permite acompanhar o desenvolvimento e manter a motivação. Além disso, avaliar a evolução ajuda a conservar o foco para atingir o objetivo que deseja.
A capacitação dos colaboradores é importante para reduzir a contagem de células somáticas no rebanho por diversos motivos. A mastite, como mencionado anteriormente, é a principal causa do aumento da CCS no leite, e sua prevenção e controle são fundamentais para garantir a qualidade do produto final.
A doença é causada principalmente por infecções bacterianas, e sua ocorrência pode resultar em prejuízos econômicos significativos para os produtores de leite. Portanto, é fundamental que os colaboradores estejam capacitados para adotar as melhores práticas de higiene e manejo, a fim de evitar a propagação e o surgimento de novas infecções.
Ao capacitar os colaboradores, é possível garantir que eles estejam cientes dos procedimentos adequados de ordenha, incluindo a higienização correta das tetas antes e depois do processo. Isso ajuda a reduzir a ocorrência de novas infecções por mastite e minimiza o risco de contaminação do leite com bactérias causadoras da doença.
A prevenção de doenças do rebanho leiteiro é essencial para melhorar a saúde dos animais, minimizar prejuízos econômicos, promover o bem-estar animal, entre outros. Ao adotar medidas preventivas adequadas, os produtores de leite podem colher benefícios significativos em termos de saúde e produtividade do rebanho.