Avaliação do colostro em diferentes raças leiteiras

Créditos da imagem: MilkPoint

Texto baseado no Trabalho de Formação Técnica: “AVALIAÇÃO DE COLOSTRO EM DIFERENTES RAÇAS LEITEIRAS”, dos alunos Diego Alves Pinto Pereira e Yuri Carvalho Braga, da Academia do Leite/Fundação Roge, orientados pelo professor Bruno Guimarães Salomon em novembro de 2019.

O colostro é produzido pelas vacas durante as 24 horas após o parto e que reflete no crescimento e produção de leite futura do rebanho. O fornecimento do colostro às bezerras em suas primeiras horas de vida é fundamental para o fornecimento de anticorpos e consequente aumento da imunidade desses animais, através das imunoglobulinas presentes neste alimento. Diferentes raças apresentam diferentes taxas de imunoglobulinas.

Qualidade do colostro

Um colostro de boa qualidade é aquele que contém quantidades ideais de:

• Sólidos (Gordura, proteínas, caseínas, lactose, cinza)
• Imunoglobulinas (IgG, IgA e IgM)

Esses valores podem ser quantificados através do Refratômetro de Brix, destacando que os valores são altos nas primeiras horas após o parto e diminuem a cada hora. Um exemplo disto é que em um estudo realizado por SGARBIERI (2004), as quantidades de sólidos totais passou de 19,62% após 3h do parto, para 13,41% após 72h do parto.

Fatores que influenciam a qualidade

Durante a vida das vacas, vários fatores podem influenciar na qualidade do colostro que elas produzem:

• Doenças como a hipocalcemia e a mastite;
• Alimentação;
• Vacinação;
• Volume de colostro produzido;
• Duração do período seco,
• Número de partos.

Imunoglobulinas

São as principais responsáveis pela imunidade transferida, garantindo a sobrevivência e bom desenvolvimento das bezerras recém-nascidas. Estão presentes no colostro:

• IgG: imunoglobulina que tem a função de destruir patogênicos, combatendo doenças. Representa de 70% a 80% do colostro.

• IgA e IgM: protegem a parede do intestino e representam entre 10% a 15% do colostro.

Colostro Girolando x Colostro de Holandês x Colostro de Jersey

O estudo realizado pelos alunos da Academia do Leite Diego Alves e Yuri Braga fez um comparativo entre os colostros dessas raças quanto à concentração de imunoglobulinas através da coleta de amostras e análise no Brix.

Indicadores de análise do estudo

Método de coleta

1°: Colocar luvas descartáveis para prevenir contaminação;

2°: Realizar o pré – diping;

3°: Secagem dos tetos sendo um papel toalha para cada teto;

4°: Realizar a ordenha manual;

5°: Coletar o colostro no frasco coletor (estéreo);

6°: Fazer o congelamento do colostro em -20°C.

Processo de descongelamento

1°: Foi realizado o aquecimento da água a 45 a 50°C;

2°: Foi pego um balde de metal;

3°: Colocou a água no balde de metal;

4°: Foi posto o banco de colostro, e foi controlando a temperatura da água com um termômetro;

5°: Colostro descongelado pronto para realizar a análise.

Método de análise

1°: Limpe a superfície do prisma com uma flanela;

2°: Coloque uma ou duas gotas da solução a ser medida;

3°: Realize a regulagem do equipamento;

4°: Homogeneizar a amostra de colostro;

5°: Colocar duas gotas do colostro no refratômetro de brix;

6°: Fechar a tampa do refratômetro;

7°: Aferir na luz, e fazer a análise.  

Resultados obtidos

Diego e Yuri concluíram que: 

• 100% dos animais analisados obtiveram uma taxa de concentração de anticorpos aderida no colostro ideal ou até mesmo acima do esperado da sua qualidade;

• Os animais que apresentaram maior taxa de anticorpos no colostro foram os de raça Jersey, chegando a valores de 37% de Brix. 

Quer conhecer as opções para o aleitamento de bezerras?