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Uso de dejetos como fertilizante na fazenda




O uso de dejetos com fertilizante na fazenda

Texto baseado na cartilha “Manejo dos resíduos da produção leiteira” da Nestlé e Embrapa


O uso de dejetos como fertilizante é a melhor forma do produtor aproveitar a água e os nutrientes dos dejetos. A correta aplicação dos dejetos como fertilizante é feita respeitando o conceito de balanço de nutrientes.

O que considerar no uso dos resíduos orgânicos?

Uso de dejetos como fertilizante

O uso dos dejetos como fertilizante pode ter impactos positivos na produtividade das culturas vegetais e na melhoria da estrutura e da fertilidade dos solos. Também pode significar menor gasto com a compra de fertilizantes químicos. A distribuição dos nutrientes em um sistema a pasto ocorre de duas formas:

Distribuição feita pelo produtor – ocorre pela aplicação de fertilizantes químicos e orgânicos nas áreas agrícolas e de pastejo.

Distribuição pelos animais – ocorre durante o deslocamento dos animais pelas áreas de pastejo (fezes e urina). Essa forma de distribuição irá depender: do tipo de sistema de pastejo, do tamanho do piquete, da localização de comedouros e bebedouros e das áreas de sombra.

Cada solo possui características químicas, físicas e biológicas específicas e que devem ser de conhecimento do produtor para fazer a aplicação dos dejetos como fertilizante.


Recomendações para o correto uso dos resíduos como fertilizante

Deve-se coletar uma amostra composta de solo por ano (camada 0-10 centímetros) por área de forragem que recebeu adubação (considera-se como área de forragem aquela que se diferencia de outras pelo tipo de solo ou tipo de forragem cultivada ou pelo tipo de manejo). Deve-se analisar as características de pH, matéria orgânica, carbono orgânico, e fósforo extraível de cada amostra de solo.

Saber a quantidade de nutrientes presentes no dejeto da sala de ordenha ou dos outros resíduos orgânicos utilizados na propriedade (cama de aviário, dejetos suínos, etc).


Análise das quantidades de nutrientes dos dejetos e dos resíduos

A concentração dos nutrientes nos resíduos dos animais depende de vários aspectos: idade e sexo do animal, raça, tipo de dieta, condições de bem estar do animal, sistema de produção e forma de manejo dos resíduos. Por isso é importante o produtor realizar a análise de dejetos e resíduos que irão utilizar como fertilizante.

Recomendam-se ao menos duas análises dos dejetos por ano. Uma na estação das águas e uma na estação das secas. Caso o produtor compre ou receba algum tipo de resíduo, como cama de aviário, composto orgânico, etc., deve ser feita uma análise deste resíduo ao chegar na propriedade.

Deve-se analisar nos dejetos e resíduos o pH, nitrogênio, fósforo e potássio. É importante guardar todos os resultados das análises. Com isso, ao longo do tempo a propriedade terá um perfil das características dos dejetos e resíduos o que irá facilitar o seu uso como fertilizante.

Antes de fazer a coleta o produtor deve identificar um laboratório de análise em sua região e entrar em contato para receber orientações de como realizar a coleta e identificar a amostra que será enviada para análise.

A coleta de uma amostra de dejeto da esterqueira deve ocorrer no momento que o dejeto estiver sendo retirado. A amostra pode ser obtida da seguinte forma:

Coleta no tanque de transporte de dejetos – fazer no momento do enchimento do tanque. A coleta se dará na seguinte sequência: coleta de três amostras simples, com intervalos de 5 min, durante o enchimento do tanque; cada amostra deve ser disposta em um mesmo balde, sendo que o volume de cada amostra deve ser de no mínimo 1 litro; homogeneização do conteúdo do balde; coleta de uma amostra de no mínimo 500 ml para envio ao laboratório.

Coleta no sistema de fertirrigação – deve ser coletada uma amostra da mistura água de irrigação + dejeto. A coleta se dará na seguinte sequência: espalham-se pequenas bacias na área de irrigação; ligar o sistema por 5 min; desligar o sistema e recolher todas as bacias; o conteúdo de cada bacia é jogado em um mesmo balde, homogeneização do conteúdo do balde; coleta de uma amostra de no mínimo 500ml para envio ao laboratório. Se não houver a disponibilidade das bacias, a amostra pode ser coletada diretamente na saída de um aspersor do sistema de irrigação seguindo a mesma sequência da coleta no tanque de transporte.


Como garantir que o uso de dejetos seja um sucesso na fazenda

Para que as áreas de aplicação não se tornem pontos de perda de nutrientes, promovendo impactos ambientais negativos. É importante garantir que:

  • A área que irá receber os dejetos é apropriada para as quantidades de nutrientes a serem aplicados.
  • A esterqueira tem o tamanho correto para evitar que o dejeto seja aplicado em solos encharcados.
  • A aplicação se dê no momento e na quantidade corretos (balanço de nutrientes) para que as plantas possam extrair o máximo de nutrientes do solo.

Os dejetos NÃO devem ser aplicados no solo quando houver probabilidade maior do que 30% de chuva no dia ou com probabilidade de chuva nos próximos três dias. Os dejetos não poderão ser distribuídos próximos a corpos d'água superficiais e poços.

Deve-se utilizar barreiras físicas (vegetação) ao redor das áreas de distribuição dos resíduos para diminuir o cheiro.

A manipulação de fertilizantes químicos e orgânicos apresenta risco à saúde humana, portanto, todos envolvidos devem utilizar Equipamentos de Proteção Individual (EPI).


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Fundação Roge

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