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Qual o tempo de colheita do capim elefante a ser oferecido no cocho?




Qual o tempo de colheita do capim elefante a ser oferecido no cocho

Texto baseado no Resumo Científico apresentado no 29° Congresso Brasileiro de Zootecnia: “COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE SILAGENS DE CAPIM ELEFANTE COLHIDO COM DIFERENTES TEMPOS DE REBROTA”, dos alunos e professores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA): Júlia dos Santos Fonseca, João Carlos de Carvalho Almeida, Jairo Augusto Sousa Araújo, Aline Barbosa de Oliveira e Rondineli Pavezzi Barbero.

 

A maioria dos sistemas de produção de bovinos no Brasil, com destaque à bovinocultura leiteira, é dependente do uso das pastagens. Um dos problemas enfrentados é a variação de quantidade e qualidade da forragem ao longo do ano. Porém, mesmo com essa estacionalidade, a demanda por alimento pelos animais tende a permanecer constante.

Dessa forma, a suplementação volumosa pode ser adotada para suprir essa deficiência na produção de forragens, como o uso de capineiras. 

Capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum)

 

Uma das forrageiras mais utilizadas em capineiras é o capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum). Essa planta se destaca por ter boa aceitação pelos animais, além de outros benefícios como:

  • Alta produção de matéria seca por unidade de área;
  • Equilíbrio nutritivo;
  • Resistência a condições climáticas desfavoráveis;
  • Ampla disseminação em praticamente todo o território brasileiro. 

 

O capim-elefante é muito utilizado picado, oferecido no cocho para os animais. No manejo do capim-elefante, a idade de corte influencia no rendimento e na qualidade dessa forrageira quando colhida. As características nutricionais da planta tendem a ser alteradas conforme maturidade fisiológica. Dentre as características estruturais da planta estão: a altura, o aumento do percentual de parede celular, o depósito de lignina, o aumento do diâmetro e o alongamento do colmo. Essas características são altamente relacionadas com o teor de matéria seca (MS) da planta.

Atenção na digestibilidade!

 

A lignina é um composto fenólico, que compõe a fração indigestível das fibras. A lignificação pode estar relacionada com a maturidade fisiológica das plantas forrageiras. Neste processo, ocorre a redução na digestibilidade, em especial da parede celular vegetal, afetando a degradabilidade do alimento, e consequentemente o aproveitamento dos nutrientes pelo animal. 

Sendo assim, a composição química do capim elefante é influenciada pelas diferentes idades de rebrota em que é colhido para ser oferecido in natura ao cocho. Na maioria das vezes a escolha adequada da idade de colheita não é uma escolha fácil dentro das propriedades leiteiras.  

Tempo ideal de colheita

 

Duas sugestões de idades para colheita do capim elefante a ser oferecido ao cocho para os animais são: 

  • Com 70 dias de rebrota
  • Com 84 dias de rebrota

 

Visto que, com essas idades a planta não apresenta altos teores das frações fibrosas que não são digestíveis pelo animal e apresenta boas porcentagens de nutrientes que serão digeridos, absorvidos e aproveitados pelos animais.

 

Além do capim-elefante, existem forrageiras utilizadas na alimentação do gado de leite, como o sorgo e o milho. Mas, não basta garantir qualidade, é preciso saber como calcular a produtividade por hectare de matéria verde.

Saiba mais

 

 

 

Júlia dos Santos Fonseca

Júlia dos Santos Fonseca

Técnica em Agropecuária com competência em Bovinocultura de leite, formada pela FUNDAÇÃO ROGE (Academia do Leite). Médica Veterinária pela UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro). Desenvolveu atividades como bolsista de Iniciação Científica PIBIC/CNPq na área de Produção de Ruminantes, participou ativamente de experimentos com animais de produção e foi monitora da disciplina de Plantas Forrageiras. Foi integrante do grupo de estudos Beef Cattle e Liga em bovinocultura da UFRRJ-LiBovis. Foi aluna de Mobilidade Acadêmica Nacional na Universidade Federal de Lavras (UFLA). Possui Formação MDA na Escola de Gestão Agro+Lean. Atualmente, é mestranda no Programa de Pós Graduação em Medicina Veterinária (PPGMV) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).