Quais gramíneas que melhor se adaptam na região de Delfim Moreira- MG?

* Texto adaptado do trabalho de conclusão de curso “Estudo de gramíneas que melhor se adaptam na região de Delfim Moreira- MG, de Marco Antonio de Souza, formando do Curso de Agropecuária da Academia do Leite, sob orientação do professor: Sebastião Ferreira e Silva.

Em sistema de pastagens, é fundamental identificar a capacidade de suporte e o valor nutritivo da forrageira, alcançando uma produtividade esperada de leite e de produção por hectare. Produtores de sucesso buscam formas para alcançar uma maior disponibilidade de forragem na área de pastejo, para isso é necessário informações vantajosas e aproximadas de suas realidades.

Análise de Solo

É o primeiro passo para uma adequada formação da forragem. A análise de solo é o procedimento que avalia a fertilidade da amostra coletada, com o resultado é possível fazer a correção ideal da fertilidade do solo. Trazendo grandes benefícios: como o auxiliar na germinação, manter o capim com boa qualidade nutricional e evitando assim a falta ou desperdício de adubo ou calagem. A coleta da amostra deve ser feita três meses antes do plantio para a calagem ter um maior desempenho.

Pastagem Degradada X Pastagem Manejada

Fonte: Compre Rural

Esta imagem nos mostra duas propriedades vizinhas, o lado esquerdo mostra uma área manejada incorretamente que teve uma grande pressão de pastejo e não teve o auxilio de adubo e calagem, já a do lado direito é bem manejada, com maior capacidade de suporte e a produção animal será superior à outra.

Escolha da Forrageira

Existem forrageiras diversificadas, que apresentam suas próprias características de manejo, exigências, adaptação e produtividade. Busca-se por pastagens que irão dar condições à produção de leite com um menor custo.

É necessário saber qual é a exigência da forrageira, exigência de fertilidade do solo, que seja resistente às condições climáticas, que produza o máximo de MS/ha, uma boa digestibilidade para maior conversão em litros de leite e mantença do escore de condição corporal (MACEDO, 2017).

Brachiaria Briazantha Marandú: é a que melhor se adapta em regiões quentes e tem boa resposta com adubação. Propriedades que atendam as necessidades dessa forrageira proporcionam um potencial elevado de produção de massa verde.

Brachiaria Decumbens: rápida disseminação da espécie, pela facilidade na aquisição de sementes de boa qualidade, boa tolerância a solos de baixa fertilidade, rápido estabelecimento, alta competição com plantas invasoras e boa eficiência na proteção do solo contra a erosão (CAVALCANTI et al. 2014).

Mombaça: panicumMaximumJacq. cvMombaça é considerada uma das forrageiras tropicais mais produtivas e de bom desenvolvimento, excelente para pastejo rotativo, podendo atingir grande produção de massa seca anual (JANK et al., 1994; apud Silva,2002).

O plantio deve ser cuidadoso, pois sua semente tem o tamanho reduzido, deve ser plantada em uma profundidade de 1 cm, para facilitar a germinação.

Tanzânia: a espécie PanicummaximumJacq. cv Tanzânia vem sendo muito estudada, pois já que é adaptada a solos profundos, bem drenados e com fertilidade de média a elevada.

O capim-Tanzânia, possui desenvolvimento vigoroso, tem elevado potencial de produção, adaptando-se muito bem no Brasil, principalmente em regiões mais frias, o que se reflete em grande aceitação por técnicos e produtores (VELOSO, 2012 apud Silva 2013). Seu plantio deve ser cuidadoso, pois como a Mombaça a semente tem um tamanho reduzido, deve ser plantada com 1 cm de profundidade.

CARACTERÍSTICAS

Rendimento Forrageiro

Os níveis de produção animal obtido na estação das águas,são comprometidos pelo baixo rendimento forrageiro durante a seca. Em sistema de pastagens é fundamental identificar a capacidade de suporte que está relacionada com a UA unidade animal que é igual a 450 kg de peso vivo.

Ciclo de entrada e saída

A tabela abaixo nos mostra a altura de entrada e saída dos animais nos piquetes rotativos. Esse tipo de manejo evita a formação de talos e facilita a ingestão de uma pastagem de qualidade.

Estudo de caso

O objetivo do trabalho foi mostrar aos produtores, através de um experimento, o acompanhamento do crescimento vegetativo de pastagens tropicais, analisando qual forrageira se adapta melhor na região do Sul de Minas.

Metodologia

No canteiro de pastagens da Fundação Roge localizada em Delfim Moreira-MG, foram utilizadas e analisadas quatro forrageiras mais comuns: Brachiaria Decumbens, Brachiaria Brizantha Marandú, Panicum Maximum Mombaça e Panicum Máximum Tanzânia sendo medidas semanalmente os crescimentos das gramíneas, feito a pesagem de matéria natural e observado a resistência das forrageiras em relação à geada e as condições da propriedade.

Resultados

Controle de crescimento em centímetros

As forrageiras tiveram um bom crescimento, sendo que o capim Brac. Decumbens e o capim Tanzânia alcançaram seu tamanho de entrada com 38 dias, já o capim Brac. Briz. Marandú e o Mombaça atingiram seu ponto de entrada com 59 dias.

Peso em matéria verde

A pesagem foi feita em matéria verde, realizada no dia 12/05/2018 no outono. Onde o capim Tanzânia se destacou com 3 kg de matéria verde em um metro quadro, o  capim Mombaça atingiu 2 kg/MV/m², o capim Marandú atingiu 0,8 kg/MV/m² e o capim Brac. Decumbens teve um peso inferior atingindo 0,7 kg/MV/m².

Resistência
- Mês de Junho

A observação feita em tempos de frio e geada mostra que a Mombaça tem uma resistência superior, quando comparado às outras forrageiras estudadas, pois teve um menor volume de folhas mortas, podendo assim manter alguns dias a mais sob pastejo. A tabela feita mostra em escore de maior resistência onde 1 é fraca e 5 é de maior resistência.

O experimento mostrou que o plantio da Mombaça ou Tanzânia que são do mesmo gênero Panicum, seria uma excelente alternativa para produtores que pretendem formar uma nova pastagem na região de Delfim Moreira- MG.

Além das espécies de braquiárias existem outras forrageiras utilizadas na alimentação do gado de leite como o sorgo e o milho, saiba como calcular a produtividade por hectare de matéria verde: