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Por que é importante investir em cultura em pequenos municípios?




Cultura municipal

Em 13 anos de atuação nas áreas de educação e cultura sou muito segura em afirmar que as transformações sociais podem acontecer a partir de pequenas ações. Na área cultural, as expressões e iniciativas surgem naturalmente e sempre em busca de espaços de desenvolvimento e incentivo.

Em municípios pequenos, os estímulos culturais acabam resultando em trabalhos articulados por diferentes esferas e em mudanças muito visíveis na comunidade local. Esforços integrados e constantes têm grande poder de minimizar e evitar os riscos sociais, e a cultura é investimento imprescindível em qualquer contexto de promoção da cidadania.

Iniciativa + apoio = sucesso

 

Inevitavelmente, diante da carência de novidades e limitações de espaços e recursos, bem característicos dos pequenos centros urbanos, os estímulos culturais arrastam grupos artísticos, lideranças que desejam beneficiar as pessoas de sua cidade, jovens, crianças, adultos e idosos sedentos por atividades e empresas patrocinadoras que encontram espaço para a responsabilidade social.

Quando pequenas iniciativas encontram talentos apaixonados, a vontade de melhorar o mundo, apoio público e privado, certamente serão o início de grandes mudanças!

Os riscos sociais nas cidades pequenas podem ser considerados menores se comparados aos das metrópoles, porém vejo apenas como uma questão de escalas.

A bebida, a violência doméstica, o abuso infantil, as drogas, a intolerância religiosa, a mendicância, o desemprego e as doenças são proporcionais não ao número de habitantes, mas ao número inverso de ações sociais, sejam governamentais ou privadas. Acredito nisto justamente por fazer parte de uma pequena comunidade ativa em relação a essas questões e onde as ações geram resultados muito visíveis.

Cultura na Fundação Roge

 

Minha experiência no universo cultural funde-se com a da Fundação Roge, em Delfim Moreira-MG, onde nasceram iniciativas espontâneas que foram amparadas institucionalmente.

Via-se, no início, a cultura como uma extensão da função prioritariamente educacional da organização, com a função de atender o público discente nos contraturnos escolares.

Rapidamente o trabalho cultural cresceu e ganhou a participação da comunidade externa, enriquecendo as atividades com talentos e motivação.

A Fundação Roge reconheceu então, após inúmeras ações culturais bem sucedidas, seu papel fomentador da cultura na comunidade regional e a instituiu como ação inseparável do processo educacional. Buscou  a profissionalização de suas ações e investiu no conhecimento de novas formas de desenvolvimento cultural e de captação de recursos financeiros e institucionais. As atividades passaram a tomar a forma de Plano Anual de Cultura e serem fortalecidas por apoios institucionais e patrocínios empresariais através do benefício fiscal via Lei Rouanet.

O apoio privado tem sido fundamental no processo de crescimento da cultura como identidade do município de Delfim Moreira-MG, onde estamos inseridos. A empresa que assume o compromisso de incentivar a cultura contribui para o bem coletivo, reduz o valor de impostos (transforma passivo em investimento) e agrega valores positivos à sua marca. Todas essas transformações na forma de promover cultura fez com que oficinas e eventos culturais passassem a atender mais pessoas e estimulassem o surgimento de talentos e a realização de outras ações na comunidade.  

Transformação Social 

 

Hoje, a integração de esforços para o desenvolvimento cultural cresce a cada dia em Delfim Moreira e endossa essa missão.

São inúmeros jovens concentrados em oficinas de teatro, grupos que se encontram para ensaiar músicas no violão, música como ferramenta de formação dentro das escolas, gincanas culturais, formação de bandas e duplas, novos poetas, escritores e artistas plásticos, novos eventos públicos com olhar apaixonado pela valorização e resgate da cultura local, lideranças organizadoras e executores empenhados.

A transformação social então, vai acontecendo de forma lenta, mas direta e contínua.

Essa é minha comunidade como vejo hoje, determinada em assumir uma identidade cultural que só estava adormecida. E para essa massa crescente que encara desafios e assume esforços diários em prol da cultura, não há espaço para nada que não seja enriquecedor e transformador.

 

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Flávia de Moura Xavier

Flávia de Moura Xavier

Coordenadora de Comunicação e Cultura na FUNDAÇÃO ROGE