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4 grandes custos das doenças de casco em bovinos leiteiros

Written by Fundação Roge | Ter, nov 15, 2022 @ 02:30 PM

 

Texto baseado no curso "Principais doenças de casco de bovinos” no Clube Leiteiro, conduzido pelo Médico Veterinário especialista em podologia bovina, Piero Teodoro.

Dar atenção à saúde dos cascos do rebanho leiteiro é de extrema importância. Foi um assunto negligenciado por técnicos e produtores durante muito tempo, porém devido à grande demanda de eficiência produtiva, adotar um manejo eficiente para evitar as doenças de casco é parte fundamental da atividade leiteira. Isso porque, atualmente, já se sabe que quando falamos de problemas de casco, falamos de uma série de prejuízos associados a eles.

Doenças de casco no rebanho leiteiro

 

Para que a propriedade leiteira saiba o quanto pode e deve investir em ações de prevenção a doenças de casco, é necessário entender um pouco a abrangência e as consequências de uma doença digital na saúde financeira da fazenda.

Principais custos com as doenças de casco

 

As doenças de casco afetam direta e indiretamente outros setores da fazenda, sendo a queda de produção de leite o efeito direto mais observado e também o mais impactante.

De forma abrangente, os 4 grandes custos com as doenças digitais na fazenda de leite são:

1- Descarte

As chances de descarte aumentam principalmente se a fazenda não possuir um manejo eficiente de identificação dos indivíduos que estão mancando no rebanho. Também aumentam se não houver a execução de tratamentos eficazes. Uma alta taxa de descarte vai certamente gerar complicações futuras na reposição.

2- Serviços veterinários e medicamentos

O diagnóstico rápido e a adoção de tratamento eficaz envolve custos com profissionais veterinários e medicamentos como antibióticos, antiinflamatórios e outros materiais médicos usados nesses processos curativos. Além dessas despesas diretas, ocorre o descarte do leite dos indivíduos tratados com antibióticos. 

3- Queda na ingestão de alimentos

Com dor (liberação de cortisol) e apresentando um déficit de movimentação, a tendência dos animais acometidos por lesões no casco é reduzir a ingestão de alimentos. Por consequência, a perda de peso leva a uma série de complicações muito comprometedoras como:

  • Queda na produção de leite. Isso ocorre porque ela depende diretamente do manejo nutricional do rebanho.

  • Queda da imunidade. Quando os animais estão com dor, ocorre a liberação do hormônio cortisol, que faz baixar a imunidade dos animais. Isso deixa os animais mais vulneráveis a outras doenças, especialmente as de caráter reprodutivo como a metrite e a retenção de placenta, e as relacionadas à glândula mamária como a mastite. Assim, se a fazenda tem vacas mancas, tem vacas com o sistema imunológico suprimido ou defasado.

  • Infertilidade. Os problemas de casco apresentam um efeito reprodutivo muito grande. A prenhez é um sinal de saúde, sendo prejudicada então por esses quadros de lesão. A vaca com doença de casco demora a ciclar após o parto, o intervalo entre partos fica maior. Vaca manca quase não emprenha! Geralmente, os animais que apresentam algum desconforto de casco são excluídos dos protocolos de reprodução até que estejam recuperados.

4- Alterações de manejo

O animal manco precisa ser tratado, curado, observado, ter (se necessário) o seu leite ordenhado e descartado, gerando mais um manejo na sala de ordenha. Enfim, a rotina operacional da propriedade é alterada, o que gera custos operacionais significativos. 

Sem cascos saudáveis, o rebanho não segue sua vida produtiva de forma natural e estável. A atividade de produção leiteira não fica equilibrada quando há problemas de casco. É necessário trabalhar muito bem o manejo preventivo de saúde dos cascos através de casqueamento e pedilúvio, para que não se tenha uma interferência negativa principalmente na reprodução e na qualidade do leite.

 

Vem aprender muito mais sobre as doenças de casco!