* Texto adaptado do trabalho de conclusão de curso “Protocolo de Indução à Lactação visando o custo benefício em vacas leiteiras: relato de caso”, de Igor Gabriel de Souza, formando do Curso de Agropecuária da Academia do Leite, sob orientação do professor: Natan Rodrigues Ferreira de Melo e Silva.
Os problemas reprodutivos estão entre os principais motivos que ocasionam descarte involuntário de animais de alta produção, podendo ser por motivos fisiológicos do animal ou até mesmo falha humana na hora da inseminação.
O protocolo de indução à lactação surge como alternativa para propriedades que enfrentam esses problemas com vacas de alta produção. Essa ferramenta pode auxiliar as fazendas que possuem animais inférteis, revertendo a situação, fazendo assim com que voltem a produzir leite e à sua vida reprodutiva.
A eficiência reprodutiva é um ponto crítico em rebanhos leiteiros, pois define intervalo de partos. E animais que não apresentam bons resultados tendem a serem descartados. O atraso reprodutivo que leva ao protocolo de indução, geralmente não é ocasionado pela infertilidade e sim por fatores externos como:
As vacas leiteiras precisam apresentar o escore de condição corporal entre 3,0 e 4,0, não ter problemas crônicos (mastite, doença de casco e etc.) e necessita passar pelo período seco.
O protocolo simula as oscilações hormonais típicas das semanas anteriores ao parto, estimulando o desenvolvimento da glândula mamária e a produção de leite. Cerca de 80% a 90% dos animais induzidos entram em lactação. Aqueles que foram induzidos produzem aproximadamente 77% do seu potencial verificado na última lactação. (FREITAS et al., 2010 apud RAMOS, 2013).
O objetivo do trabalho foi relacionar efeitos de grupo genético e a ordem de parto visando custo benefício.
Foram analisados 8 animais da raça Girolando e os dados obtidos foram computados em planilhas e tabelas, mostrando produção, reprodução, fatores que influenciaram na eficiência do protocolo para os animais selecionados e o custo por litro do protocolo para cada animal.
O protocolo utilizado contém em sua formulação: Benzoato de estradiol, sua aplicação tem variação de quantidade de ml em novilhas, ainda apresenta progesterona, prostaglandina, dexametazona e o bst. O custo varia entre R$300,00 a R$500,00.
DIA 1 AO DIA 8:
– Benzoato de estradiol + Progesterona;
DIA 8 AO DIA 15:
– Benzoato de estradiol;
DIA 16:
– Prostaglandina;
DIA 19 AO 21:
– Dexametazona.
Foi observado que 62% das matrizes avaliadas retornaram à sua vida reprodutiva tendo suas prenhezes confirmadas.
O destaque desta tabela foi a média de produção dos animais em estudo em relação aos dias de lactação (DEL), mostrando que são animais de alto valor genético.
A lactação induzida dos animais em estudo em comparação com a imagem anterior, assim é possível analisar que alguns animais produziram menor quantidade de leite induzidas, já em outros casos podemos distinguir que obtiveram média de leite superior em relação à lactação natural.
Na comparação entre a média nas lactações, observou-se que os animais tiveram a produção de leite superior na lactação natural em relação a induzida e outros animais obtiveram na lactação induzida uma produção superior a lactação natural.
O gráfico abaixo ilustra as respostas individuais das matrizes em estudo, com destaque de três animais que atingiram uma resposta superior ao que foi afirmado no referencial teórico que seria de 70% a 80% de resposta. Os animais Cristiane e Viola foram geraram resultados diferenciados dos demais animais com resposta acima dos 100%. As lactações induzidas teve em média 76% de resposta em relação a lactação natural das matrizes.
Na imagem a relação dos dados obtidos, a resposta em relação à lactação natura (%), para os animais avaliados relativos à idade, grupo genético e ordem de parto. Alguns animais 3/4 responderam, destacando-se a matrizes Raposa, que foi vendida durante a lactação induzida não sendo possível avaliar sua resposta em relação à lactação natural.
Matrizes de primeira cria tiveram resposta superior às demais. Animais de quatro crias responderam ao protocolo de forma variada.
Foi elaborado um indicador com a função de demonstrar a eficiência econômica do protocolo por animal. O custo do protocolo ficou entre R$300,00 à 500,00 dos medicamentos. O custo foi em relação ao preço do litro que a fazenda recebe. Foi calculado o valor do protocolo que a fazenda utiliza dividido pela produção do animal, em litros.
De acordo com os dados reprodutivos e produtivos das matrizes no trabalho, a fazenda optou pela utilização do protocolo de indução por ser uma ferramenta bastante eficiente. Ficou evidenciado que a indução só se justifica em animais de maior produção, visto que matrizes que não respondem ao protocolo geram um custo alto em relação ao custo do litro de leite.
A indução de lactação pode ser uma alternativa muito viável para rebanhos de alta produção. Mas também existem outras opções para aumentar a produtividade do rebanho.