Quando o rebanho leiteiro fica infestado por carrapatos, a dor de cabeça do produtor é grande por conta dos prejuízos. Os animais começam a emagrecer, diminuem a produção de leite, não têm o rendimento esperado e chegam ao extremo de morrer. O problema é grave mas as soluções podem ser mais simples do que se pensa!. É preciso ser certeiro na escolha do tratamento, conhecer bem o inimigo e corrigir os erros mais comuns nesse combate. Mas também é preciso saber que o controle de carrapatos em vacas de leite é uma condição instável e que demanda monitoramento constante. Isso porque, a presença de muito carrapato é ruim, mas pouco carrapato é ruim também, já que colaboram com a produção de anticorpos contra a tristeza parasitária bovina.
A pastagem infestada é o problema inicial. As larvas do carrapato, após a eclosão, sobem no animal e se alojam para permanecerem parasitando por aproximadamente 22 dias. Já transformadas em ninfas e depois em adultos, sugam o sangue e se acasalam. As fêmeas fecundadas abandonam o animal e põem os ovos no solo, reiniciando o ciclo.
Para manipular e aplicar pesticidas e medicamentos é preciso treinamento, equipamento e infraestrutura adequados. As aplicações em quantidades insuficientes e erros na diluição dos produtos são os principais motivos dessa ação não funcionar e, ainda por cima, provocar a resistência dos parasitas. Mas é preciso entender que a aplicação do carrapaticida é geralmente, a única medida que se adota para combater um inimigo tão prejudicial.
Dicas para um banho carrapaticida mais eficaz:
Em cada região do Brasil, os ciclos de vida dos carrapatos são diferentes. No Sudeste, pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Gado de Leite resultaram na elaboração do programa de controle estratégico dos carrapatos de bovinos de leite.
Verificou-se que no Sudeste, o carrapato dos bovinos desenvolve de três a quatro gerações durante o ano, sendo a geração presente entre os meses de janeiro e abril a mais fraca.
Para o auxílio neste Programa de Controle Estratégico dos Carrapatos, a EMBRAPA fornece ao produtor rural de forma gratuita, o teste de sensibilidade carrapaticida. O resultado com este teste retrata a realidade da população de parasitas como o carrapato bovino associados a propriedade de maneira individual.
Com o teste de sensibilidade em mãos, o programa sugere a aplicação de uma série de cinco ou seis banhos carrapaticidas a intervalos de 21 dias ou três aplicações de produto “pour on” a intervalos de 30 dias. E o ideal é que se banhe todo o rebanho no máximo em três dias.
Durante o resto do ano basta monitorar a quantidade de carrapatos nos animais e realizar banhos quando a contagem se elevar. É recomendada também atenção especial ao mês de setembro, quando a quantidade de carrapatos tenderá a se elevar com o aumento da temperatura.
É importante ressaltar, no entanto, que, para que o programa de controle estratégico de carrapatos no rebanho leiteiro seja bem-sucedido, tem de ser utilizado o produto certo, na dose recomendada, com diluição bem feita e aplicação adequada.
Uma carga parasitária entre 20 e 30 carrapatos em um lado do corpo do animal é considerada adequada para que os bovinos desenvolvam proteção contra os agentes da tristeza parasitária. Assim, o carrapato passa a atuar como um “vacinador natural” dos bovinos.
Medidas de controle estão sendo pesquisadas como:
Essas ferramentas complementam medidas de manejo que também ajudam a prevenir enfermidades como doenças parasitárias, laminite em bovinos, ceratoconjuntivite bovina e até quadros reprodutivos como metrite em vacas debilitadas.
Realizando-se as ações descritas de forma correta, é possível reduzir significativamente o número de banhos carrapaticidas, o que traz economia, menos estresse aos animais, menor risco de resíduos no leite e maior qualidade final do produto.
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