Como o escore corporal pode afetar a reprodução bovina

* Texto adaptado do artigo científico “Relação entre Escore Corporal e Reprodução”, de Sthefanie Ribeiro de Lima, aluna do Curso de Agropecuária da Academia do Leite, sob orientação dos professores: Rafaelly G. Guedes e Carlos Eduardo Leite - Metodologia Científica.

A busca por eficiência reprodutiva dentro de um rebanho vem se tornando uma prioridade para muitos produtores. Um fator que influencia diretamente a reprodução é a nutrição do rebanho. É muito importante conhecer a relação entre a nutrição e a reprodução para obter bons resultados dentro da propriedade, tanto na produtividade quanto nos índices reprodutivos.

É preciso entender o direcionamento dos nutrientes após o consumo, e levar em conta as diferentes situações. Quando se tem uma novilha, a demanda para se alcançar o escore corporal necessário é grande, pois quanto mais cedo esse animal chegar ao peso ideal, mais eficiente será a reprodução. Quando se tem uma dieta mal formulada e uma baixa ingestão de alimentos os índices reprodutivos tendem a cair.

Escore de Condição Corporal (ECC)

ECC é uma importante ferramenta para avaliação do manejo nutricional de uma propriedade, sendo um método rápido, prático e barato. É uma maneira de se avaliar um animal baseando-se na sua massa de gordura corporal e cobertura muscular. O ECC pode ser classificado por meio de avaliações visuais ou táteis como na imagem abaixo (Figura 1) e colabora na avaliação e acompanhamento dos animais quanto à sua eficiência reprodutiva.

Fonte: Portal Milkpoint

No final da gestação e no pós parto pode haver necessidades de ajustes nutricionais para que a condição corporal seja adequada para a situação do animal e necessidades futuras. Recomenda-se vacas com ECC entre 3,25 e 3,75, para que a probabilidade de se ter sucesso aumente, não só na fertilidade mas também na produção leiteira. Com ECC correto a probabilidade de sucesso na vida reprodutiva do animal é maior, trazendo ótimos resultados para a fazenda de leite em questão de rentabilidade.

Balanço Energético Negativo (BEN)

Vacas de alta produção exigem uma demanda maior de nutrientes, o que faz com que produtores supram essa necessidade através de dietas, o problema é que muitas delas são mal formuladas ocasionado problemas reprodutivos.  

Geralmente as fêmeas entram em balanço energético negativo (BEN), no pós parto, devido à baixa taxa de forragem. No terço final de gestação o feto tem um rápido crescimento, fazendo com que o aumento do útero reduza a capacidade de ingestão, prejudicando o equilíbrio nutricional das vacas.

Esse balanço energético negativo traz como consequência a redução da taxa de concepção e aumento do risco de abortos, devido ao atraso da atividade ovariana que aumenta a exposição do útero a progesterona antes da primeira IA (Inseminação artificial) pós parto.

Nem gordas, nem magras!

PATTON et al. (1988) sugeriram que as vacas ao parirem sem adequada reserva corporal podem ser mais propensas às doenças infecciosas, transtornos metabólicos, baixa eficiência reprodutiva e redução na produção de leite, enquanto vacas excessivamente gordas estariam mais predispostas a dificuldades de parto, síndrome da vaca gorda e, às vezes, morte. Vacas com o escore além do necessário podem ter problema como cetose, retenção de placenta, metrite, mastite, deslocamento de abomaso etc. Ou seja, a vaca não pode ser tão gorda e nem tão magra, é preciso o meio termo!  

A alimentação interfere diretamente no escore corporal do animal. Conheça o guia rápido de nutrição de vacas de leite