No período de transição (intervalo entre a terceira semana pré-parto e a terceira semana pós-parto) a atenção deve ser redobrada devido a facilidade das vacas de contrair doenças que são responsáveis pela queda na produção leiteira e que trazem enormes prejuízos para a fazenda. Conheça algumas doenças que podem surgir no período de transição:
A Hipocalcemia é uma doença metabólica que afeta vacas de alta produção leiteira após o parto ou durante a lactação. Quando o animal possui um baixo teor de cálcio no sangue está sujeito a contrair essa enfermidade que se manifesta de forma clínica ou subclínica. Estresse e mudança na alimentação podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Dietas adequadas no manejo pré-parto,como fornecimento de dietas aniônicas e concentração de cálcio também no pré-parto podem ajudar a prevenir.
A cetose é uma doença metabólica que ocorre quando animal consome menos energia do que necessita e não atende suas demandas energéticas. Prejudica o animal na sua eficiência reprodutiva e causa perda de peso. Alguns de seus sintomas podem ser: perda de apetite, odor de acetona no hálito, urina e até no leite, diminuição da produção leiteira e rápida perda de peso. Certas medidas podem ser tomadas para prevenir a cetose como: ter um manejo adequado da dieta no período seco suprindo suas necessidades energéticas e monitorar o escore corporal para que o animal não esteja com excesso de peso no momento do parto.
A retenção de placenta é responsável pela queda da produção leiteira e de problemas reprodutivos. Essa doença ocorre quando a placenta não é expulsa no período normal ou seja, quando os restos placentários no útero da vaca permanecem por mais de 12 horas após o parto. Os fatores estressantes são os principais causadores desta enfermidade como: deficiência nutricional, duração anormal de gestação, manejo inadequado, entre outros. São passos para prevenir a retenção de placenta: um local adequado para o parto, boas condições de higiene, evitar o estresse e um manejo adequado nas vacas em transição.
A metrite é uma inflamação que atinge a camada interna da parede uterina das vacas por consequências de contaminações ou lesões provocadas em seu útero. A ocorrência da doença é geralmente no período do pós-parto imediato por resultado de estresse e do balanço energético negativo do animal. O importante é iniciar a prevenção antes do parto com uma alimentação e manejo adequados, minimizar fatores de riscos e ficar atento para proporcionar conforto ao animal pois, a metrite é responsável pela diminuição dos índices produtivos e reprodutivos.
A mastite é uma inflamação na glândula mamária das vacas, que pode ser causada por bactérias e fungos. A doença é dividida em dois grupos: Mastite Clínica (apresenta sinais clínicos no leite e no úbere do animal como: inflamação, inchaço e vermelhidão). E a Mastite Subclínica (não apresenta sinais clínicos no leite). A doença provoca enormes prejuízos para o produtor e por isso é necessário prevenir com mão de obra qualificada, atitudes adequadas de manejo e execução correta de procedimentos. Alguns de seus sintomas podem percebidos através de alterações no comportamento do animal, perda de apetite, febre, inflamação no úbere e tetos, queda na produção de leite e morte do animal em casos graves.
Segundo o Médico Veterinário Rodrigo Ventura "As doenças do período de transição aumentam os custos de produção e reduzem a produção de leite, o que significa prejuízo direto para a fazenda. Para cada R$ 1,00 gasto em prevenção, são economizados R$ 20,00 em tratamento (julho de 2019)"
O foco na prevenção exige prioridade! Intervir o mais rápido possível é fundamental para manter essas doenças longe de seu rebanho, contribuir com a saúde, bem estar e produtividade do animal, além de evitar prejuízos maiores para o propriedade.
Outra doença comum no período de transição é o deslocamento de abomaso. Quer saber como controlar e tratar desta enfermidade?
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