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14 boas práticas no transporte de bovinos




14 Boas práticas no transporte de bovinosO transporte de bovinos pode gerar grande estresse e refletir diretamente na saúde e produtividade dos animais. As consequências como desidratação e perda de peso podem ser desastrosas e significar complicações sérias relacionadas ao bem estar animal. Vários fatores devem ser considerados e respeitados para que o transporte seja seguro e tranquilo.

Foco no bem estar

 

O bem estar dos bovinos está no foco dos investimentos dos grandes produtores que têm grande resposta dos animais e produzem assim, um leite diferenciado.

A certificação de bem estar animal das propriedades já acontece  e estabelece normas claras para a criação de bovinos sem dor e sofrimento.

Fatores relacionados ao transporte

 

No Brasil, o transporte de bovinos acontece nas rodovias, sendo influenciado por:

  • Tipo de veículo e suas condições de manutenção
  • Condições da estrada
  • Estado físico do animal
  • Clima
  • Distância
  • Número de animais por carga

 

Quem é responsável pelo transporte?

 

  • As equipes das fazendas
  • Os responsáveis pela compra do gado
  • As transportadoras
  • Os motoristas boiadeiros
  • Os responsáveis pela recepção dos bovinos 

 

Boas práticas de transporte

 

O manual de Boas práticas de manejo no transporte elaborada pelo MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 2013, destaca recomendações fáceis de seguir e que em sua maioria, não exigem investimento financeiro:

1. Planejamento

 

Todos os detalhes precisam ser pensados e definidos com antecedência por todos os envolvidos no transporte: a separação do lote, a manutenção do veículo, os horários, a rota, as equipes, etc.

2. Documentação

 

O transporte de bovinos exige documentos. Alguns de responsabilidade da fazenda (GTA-Guia de Trânsito Animal; notas fiscais com origem e destino; identificação dos animais; atestados de sanidade), outros da transportadora (documentos do veículo) e dos motoristas (habilitação). Cada região pode ter exigências específicas de documentação.

3. Acessos

 

A fazenda deve garantir bom acesso aos animais, minimizando riscos de acidente e atolamento. Também é importante agendar a chegada e saída evitando muito trânsito ou outras complicações na rotina da fazenda.

4. Motoristas

 

Eles são os responsáveis pelos animais da saída até a chegada, devendo estar em boas condições físicas e mentais, treinados para realizar o trabalho com cuidado e responsabilidade, como parar apenas em áreas sombreadas. Devem conhecer com antecedência a rota da viagem e conferir documentos. Também devem possuir um plano de viagem com os locais e horários de parada. Precisam evitar alta velocidade e movimentos bruscos. Planos de emergência também são bem-vindos.

5. Veículo

 

A utilização de veículos adequados e com a manutenção em dia é fundamental. Devem acomodar bem os animais. Veículos com a parte de trás e as laterais fechadas são muito utilizados para evitar estresse com os movimentos das estradas e a sujeira das fezes e urina nas rodovias. Porém, isso piora a ventilação e complica a inspeção.

Importante: lonas nunca devem ser usadas para cobrir a carga!

6. Número de animais transportados

 

É preciso considerar o peso médio dos animais e o comprimento do espaço de carga do veículo. Por exemplo, assumindo que o peso médio dos animais a serem embarcados é de 500 kg de peso vivo, basta dividir o comprimento de cada compartimento de carga pelo valor da tabela correspondente abaixo ao peso dos animais no caso: 0,51.

                    Peso Vivo           Espaço linear m/animal 

     250                              0,33 

     300                              0,37 

     350                              0,41 

     400                              0,44 

     450                              0,47 

     500                              0,51 

     550                              0,54 

     (...)                                (...)

Adaptada de Tseimazides (2006), dissertação de mestrado, Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FCAV-UNESP, Jaboticabal-SP

 

7. O piso

 

Os compartimentos de carga devem ter um tapete de borracha e por cima uma grade de ferro quadriculada (30cm x 35cm) para evitar quedas e escorregões.

8. O embarque

 

É preciso cuidado para não deixar espaço entre o compartimento de carga e o embarcadouro.

Importante: jamais os animais devem ser arrastados!

9. Condições dos animais

 

Para aguentar a viagem em pé, os animais precisam estar em boas condições, sem machucados, fraturas ou fraqueza. Durante a viagem, que nunca deve ultrapassar as 12 horas, é muito importante fornecer água com frequência.

10. Saída

 

Recomenda-se não sair imediatamente após o embarque, dando tempo para uma checagem dos animais. Saia devagar e depois pare para verificar se todos os animais estão de pé. Se deitarem, correm o risco de serem pisoteados.

11. Inspeções durante a viagem

 

Após a primeira inspeção logo no início, outras devem ser feitas ao longo do caminho para verificar se há animais deitados e se tudo está bem. Se houver animais deitados, eles precisam ser levantados com comandos de voz, pequenos movimentos ou palmas, a não ser que a viagem já ultrapasse 8 horas de duração. Nunca passe a corda em volta do pescoço do animal, pois há risco de enforcá-lo.

12. Transporte de animais debilitados

 

Neste caso deve haver mais espaço e as inspeções devem ser mais frequentes. Animais extremamente debilitados não devem ser transportados. 

13. Desembarque

 

Deve ser rápido, sem agressões. Os espaços devem estar preparados para receber os animais, os caminhos livre e desobstruídos. Água potável deve estar disponível.

14. Limpeza do veículo

 

A limpeza e desinfecção do carro deve acontecer logo após o desembarque.

 

 

Assim como o transporte, a temperatura afeta o bem estar do rebanho leiteiro. O estresse calórico é uma das grandes preocupações nas fazendas. Quer saber mais sobre esse assunto?

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Fundação Roge

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