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Vacine seu rebanho e evite as mortes por clostridioses




Vacine seu rebanho e evite as mortes por clostridioses

A presença de doenças no rebanho leiteiro pode significar que o manejo sanitário não está sendo executado da maneira correta. Geralmente, quando o gado de leite é identificado com problemas sanitários o produtor vai verificar qual foi o motivo e qual foi a falha de manejo. Porém, infelizmente, há situações em que não é possível analisar o problema para depois tomar uma atitude, como no caso da clostridioses, doenças que se destacam por atingir animais sadios e dependendo do tipo de bactéria, provocam o óbito de forma muito rápida.

Clostridioses são intoxicações causadas por bactérias do gênero Clostridium presentes normalmente no solo e no tubo digestivo dos animais, mesmo sadios. Produzem substâncias tóxicas poderosas chamadas toxinas, responsáveis pelos sintomas e lesões observados nos animais doentes.

Classificação

 

A doença pode ser dividida em quatro grupos: Neurotrópica, Mionecrossante, Enterotoxêmicas e Hepatonecróticas. A tabela abaixo apresenta o tipo, a doença e o agente etiológico:


Clostridioses bacterias


Fonte: Milkpoint

Prejuízos econômicos

 

O grupo de enfermidades traz grandes prejuízos econômicos para o produtor de leite. A taxa de mortalidade é elevada no rebanho e esse dano é ainda mais agravante quando afeta animais saudáveis e de alta produção. Segundo o médico veterinário, Guilherme Gomes "as perdas anuais têm chegado a mais de 400 mil animais com prejuízos diretos". A estimativa é que essa perda fique em torno de 1,1 bilhão de reais por ano, um valor significativo para a pecuária nacional.

Doenças mais comuns da bactéria Clostridium em bovinos

 

Botulismo: provocado pela ingestão da toxina pré-formada. Isso ocorre quando o animal alimenta-se de carcaças, alimentos em decomposição ou consome água contaminada. Atinge todas as categorias de animais com maior frequência em vacas prenhas.

Tétano: uma doença infecciosa que afeta o sistema nervoso bovino. O contato com as bactérias pode ser através de ferimentos. Pode ser identificada através dos sinais clínicos rigidez mandibular, tropeços durante caminhada, prolapso de terceira pálpebra, orelhas eretas, timpanismo e rigidez dos membros.

Gangrena gasosa: é uma infecção também conhecida como Edema Maligno. A entrada dos microrganismos no corpo do animal ocorre por meio de ferimentos na pele, membranas mucosas ou contato com material infectado (agulha suja). Atinge animais em qualquer faixa etária.

Manqueira: ou carbúnculo sintomático trata-se de uma infecção que atinge os músculos através da corrente sanguínea, 80% dos animais acometidos possuem de 6 a 30 meses de idade. Após a infecção as mortes costumam ser rápidas de 12 a 48 horas, com a taxa de mortalidade de 100%.

Impossível erradicar as clostridioses

 

Infelizmente é impossível erradicar esse grupo de enfermidades, pois quando estão presentes no ambiente (solo, água, poeira e outros) os agentes infecciosos adotam a forma de esporo tornando-se resistentes por meses ou anos, evitando a erradicação total.

As doenças mais comuns do grupo clostridium em bovinos ocorrem em forma de surtos, afetando uma grande quantidade de animais, resultando em um grande prejuízo!

Como evitar?

 

Dependendo do tipo de bactéria, o processo de manifestação da doença é repentino o que faz com que o tratamento da doença não seja eficaz.

A principal medida preventiva é a vacinação específica para clostridioses. Atualmente existem vacinas monovalentes em que a proteção é para um agente clostridial específico ou as vacinas polivalentes que contêm mais de um agente, impedindo diversas doenças.  Normalmente o protocolo de vacinação é em bezerros a partir de 3 meses (para animais vacinados pela primeira vez). A segunda dose é aplicada depois de 30 dias e por fim, a revacinação anual.

Existem também algumas dicas de manejo que ajudam a evitar e controlar a doença:

  • Evitar materiais cortantes nas instalações;
  • Descartar de forma correta as carcaças;
  • Evitar a utilização da mesma agulha ao vacinar e medicar o rebanho;
  • Manter a limpeza e higienização de materiais, equipamentos e instalações.

 

DICA OURO BRANCO

 

Existe um protocolo alternativo em que a início da vacinação é nas vacas prenhes a partir do 5° mês de gestação, ao invés de ser nos bezerros com 3 meses de idade. O próximo passo é parecido com o protocolo tradicional, citado acima. Mas é importante que o produtor busque orientação técnica para que essas medidas preventivas sejam mais efetivas.

 

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Fundação Roge

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