Ao parto em que o bezerro está enroscado dá-se o nome parto distócico, que pode ser definido como parto difícil. É um dos fatores que mais contribuem para a mortalidade desses animais recém-nascidos. E aqueles que sobrevivem podem apresentar uma série de problemas que acabam comprometendo seu desempenho futuro.
A distocia se caracteriza por diferentes graus de dificuldade durante a parição, que podem variar de um ligeiro atraso até a incapacidade da fêmea parir.
Prejuízos que a distocia pode gerar:
Dificuldades no parto podem prejudicar a mãe e comprometer a saúde, o bem estar, desempenho e a sobrevivência dos bezerros recém-nascidos.
De acordo com o médico veterinário Lucas Tonelli a distocia é mais comum no Brasil em vacas de primeira cria e as pesquisas revelam que os animais provenientes de partos difíceis são:
A vaca afetada pela distocia fica mais predisposta à retenção de placenta, infecções uterinas e outros problemas que podem resultar no aumento do intervalo entre partos, por isso mãe e filhos precisam do manejo adequado após o parto distócico. A falta de cuidado nesses casos pode desencadear doenças muito comuns nesse período, como a metrite e hipocalcemia.
É possível prevenir!
Segundo o médico veterinário José Luiz M. Vasconcelos em um artigo da revista Milkpoint, existem formas de prevenir a dificuldade na hora do parto bovino:
1.Crie as novilhas para que venham a parir com tamanho adequado aos 24 meses de idade, e evite que vacas e novilhas tenham excesso de peso no parto.
E se, ainda assim, for preciso intervir no parto?
Quando o parto durar mais de 8 horas e com sinais de que o bezerro está em uma posição incorreta, ou enroscado, é preciso intervir com cuidado e experiência profissional.
Para confirmar a má posição do bezerro é preciso que a vaca seja examinada por palpação pelo canal do parto. Lembrando que antes de ser realizado o procedimento é fundamental a higienização da área e a utilização de luvas para que não ocorra a contaminação.
Caso o bezerro necessite ser puxado é importante que a pessoa responsável tenha experiência com esse tipo de situação e siga o ritmo das contrações do animal, sem forçar.
Ricarda Maria dos Santos, médica veterinária e professora da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) recomenda que a intervenção em novilhas seja entre 60 a 90 minutos após o aparecimento das membranas fetais, já nas vacas entre 30 a 60 minutos.
Para que a distocia não seja um prejuízo para o produtor leiteiro é preciso que a fazenda tenha profissionais treinados e capacitados a fim de realizar o manejo adequado para que a intervenção aconteça no momento certo e da maneira correta, e assim reduzir a incidência de óbitos no rebanho.
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